Publicada em 06/08/2016 às 09h23.
Conheça as vantagens e eficácia de cada método contraceptivo
As dúvidas são comuns quando se trata de escolher um método contraceptivo, mas a informação deve ser uma aliada no momento da decisão.

Pode parecer estranho que em plena era digital com a democratização do acesso à informação, ainda ocorram casos de gravidez indesejada. Mas isso ainda é muito comum e entre as principais causas para as gestações não planejadas está a não adoção ou o uso incorreto dos métodos contraceptivos.

Há extrema necessidade de campanhas de conscientização e mais acessibilidade aos métodos contraceptivos no País. Estimativas da ONU (Organização das Nações Unidas) indicam que a demanda não atendida por contracepção no Brasil seja de aproximadamente 6%, afetando 3,5 milhões de mulheres em idade fértil.

A falta de informação ainda é um dos maiores problemas, por isso aumenta a importância dos Programas de Planejamento Familiar. “É essencial oferecer métodos para a preservação do bem estar físico e emocional, evitando gestações precoces e indesejadas, e maior controle nas taxas de mortalidade materna e infantil”, afirma a médica ginecologista Dra. Daniella De Batista Depes, encarregada do Setor de Histeroscopia do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo.

O Planejamento Familiar é uma das melhores maneiras de garantir a qualidade de vida de uma família, visto que foi desenvolvido com o intuito de orientar e conscientizar a respeito da gravidez, métodos contraceptivos e sobre a instituição familiar. “Mais do que apresentar todas as opções de contracepção existentes, os prós e contras de cada método precisam ser conhecidos para que a escolha seja consciente e segura”, enfatiza a Dra. Daniella.

A escolha é pessoal, mas a orientação de um profissional é fundamental já que todo método tem vantagens e desvantagens. Devem ser avaliados pelas mulheres, parceiros e médicos os riscos à saúde, hábitos, condições financeiras e demais fatores. Nenhuma alternativa atinge a taxa de 100% de eficácia e há que se considerar que existem métodos contraceptivos permanentes e temporários.


Para auxiliar na tomada de decisão, a ginecologista lista abaixo algumas vantagens e graus de eficácia dos principais métodos existentes:


Laqueadura por Histeroscopia


Eficácia de 99,8%


Cerca de 0,3 gestações podem ocorrer em cada 1.000 mulheres em um ano


Dois microimplantes macios e flexíveis são inseridos através da vagina e útero, sendo colocados um em cada tuba uterina. Uma barreira natural e irreversível se forma em torno dos microimplantes e proporciona a oclusão do canal, o que impede o esperma de alcançar os óvulos. Nenhuma incisão é necessária para inserir os microimplantes. A anestesia geral não é necessária durante o procedimento e dispensa internação. Conhecido como Essure é um procedimento minimamente invasivo, ambulatorial e rápido.


Laqueadura cirúrgica


Eficácia de 99%


Cerca de 5,5 gestações podem ocorrer em cada 1.000 mulheres em um ano


É caracterizada pelo ligamento ou corte das tubas uterinas, que ligam o ovário ao útero. A cirurgia é realizada com anestesia geral e pode ser feita por duas vias, laparotômica, com uma incisão grande, ou laparoscópica, com duas ou três pequenas incisões, com o auxílio de uma minicâmera inserida no interior do abdômen. Como qualquer procedimento cirúrgico traz riscos de complicações.


Vasectomia


Eficácia de 99%


Cerca de 7,4 gestações podem ocorrer em cada 1.000 mulheres em um ano


Esterilização masculina realizada através de um procedimento cirúrgico permanente, seguro, simples e rápido. Pode ser feito em uma clínica ou consultório. Não afeta o desempenho sexual.

Comparação entre os Métodos Contraceptivos Temporários:


Contraceptivo oral


Eficácia de 91%


Cerca de 80 gestações podem ocorrer em cada 1.000 mulheres ao longo do tempo


É o método mais popular. Pode evitar a gravidez e ajudar a combater a TPM, acne, endometriose, cólica e síndrome dos ovários policísticos. Regula o ciclo menstrual. Exige disciplina para ingestão oral diária. Contraindicado para mulheres fumantes com mais de 35 anos e hipertensas.


Injeção


Eficácia de 94%


Cerca de 30 gestações podem ocorrer em cada 1.000 mulheres ao longo do tempo


Com os mesmos princípios da pílula, a injeção de hormônios pode ser feita mensal ou trimestralmente. Dispensa a disciplina da ingestão oral diária.


Implante


Eficácia acima de 99%


Cerca de 0,5 gestações podem ocorrer em cada 1.000 mulheres ao longo do tempo


O implante anticoncepcional é uma pequena cápsula de 4 cm que é introduzido embaixo da pele do braço por meio de um aplicador descartável, com anestesia local. Contém o hormônio que é liberado gradualmente no organismo e atua impedindo a liberação do óvulo ao ovário, além de dificultar a entrada de espermatozoides. O implante tem duração de três anos.


Anel vaginal


Eficácia de 91%


Cerca de 80 gestações podem ocorrer em cada 1.000 mulheres ao longo do tempo


Feito de silicone, é introduzido pela mulher na região vaginal e libera hormônios diretamente na circulação sanguínea. Não oferece incômodo e tampouco atrapalha o ato sexual. Diminui o fluxo menstrual e a frequência de cólicas.


Adesivo


Eficácia de 91%


Cerca de 80 gestações podem ocorrer em cada 1.000 mulheres ao longo do tempo


O anticoncepcional sob a forma de adesivo deve ser colado na pele do braço, nádega ou abdome, e libera aos poucos os hormônios no organismo. Não pode ser utilizado por mulheres que pesam mais de 90kg.


DIU - Dispositivo Intrauterino


Eficácia acima de 99%


Cerca de 8 gestações podem ocorrer em cada 1.000 mulheres ao longo do tempo

É um objeto pequeno de plástico flexível, podendo conter cobre ou hormônio. O dispositivo é inserido pelo médico no útero da mulher e pode ser realizado em ambulatório. É reversível e não interfere nas relações sexuais.


O DIU hormonal age liberando uma dose de progesterona no útero, sua atuação é local, por isso evita a circulação de hormônios na corrente sanguínea. Reduz o fluxo menstrual e as cólicas. Tem ação de até cinco anos. Já o DIU de cobre, não é medicado e age por meio das propriedades do cobre, material do qual é composto, impedindo a fertilização. Tem ação de até dez anos.


Preservativos


Preservativo masculino


Eficácia de 82%


Cerca de 150 gestações podem ocorrer em cada 1.000 mulheres ao longo do tempo


Preservativo feminino


Eficácia de 79%


Cerca de 210 gestações podem ocorrer em cada 1.000 mulheres ao longo do tempo

Os preservativos são o único método que protege de doenças sexualmente transmissíveis (DST). Existem modelos variados, das femininas às masculinas. Mas sua segurança depende de armazenamento adequado, da técnica de uso e, principalmente, da utilização em todas as relações sexuais.


Diafragma com espermicida


Eficácia de 88%


Cerca de 160 gestações podem ocorrer em cada 1.000 mulheres ao longo do tempo

Um disco de borracha em forma de cúpula com um aro flexível que a mulher coloca na vagina cobrindo completamente o colo uterino e a parte superior da vagina. O disco impede o esperma de alcançar o útero. Um espermicida deve ser aplicado na cúpula do diafragma antes da inserção.


Espermicida


Eficácia de 72%


Cerca de 290 gestações podem ocorrer em cada 1.000 mulheres ao longo do tempo

Uma espuma, creme, geleia, membrana, supositório ou comprimido que contenha um produto químico para aniquilar o esperma. Colocado dentro da vagina antes da relação sexual e geralmente deixado no local por 6 a 8 horas depois.


Abstinência periódica/ Método de Tabelinha


Eficácia de 76%


Cerca de 250 gestações podem ocorrer em cada 1.000 mulheres ao longo do tempo


Técnica para evitar a gravidez mediante a auto-observação de sinais e sintomas que ocorrem no organismo feminino ao longo do ciclo menstrual, onde é feito o cálculo do período fértil da mulher. Exige um acompanhamento contínuo do ciclo de ovulação e da temperatura corporal. O casal deve abster-se de relações sexuais com contato genital durante o período fértil. É aconselhada a associação de outro método, como o preservativo.


Coito interrompido


Eficácia de 78%


Cerca de 40 gestações podem ocorrer em cada 1.000 mulheres no primeiro ano


A relação sexual interrompida antes da ejaculação é uma prática que pode ser considerada, mas não é recomendada como único método anticoncepcional. Pode ser útil em situações de emergência, mas apresenta alta possibilidade de falha. Deve ser prontamente substituído por outro método contraceptivo mais eficaz.

 

 

 

Notícias ao Minuto

Os comentários abaixo não representam a opinião do Portal Nova Mais. A responsabilidade é do autor da mensagem.
TODOS OS COMENTÁRIOS (0)



Login pelo facebook
Postar
 
Curiosidades
Policia
Pernambuco
Fofoca
Política
Esportes
Brasil e Mundo
Tecnologia
 
Nova + © 2024
Desenvolvido por RODRIGOTI