Publicada em 27/10/2016 às 11h26.
Julgamento de acusados de matar promotor deve terminar hoje
Sessão não tem hora para acabar. Nesta quinta-feira, acusação e de defesa farão suas considerações finais para que juíza dê o veredicto.

O dia de ontem foi reservado para os interrogatórios dos réus. Foto: Anderson Freire/Esp.DP

 

O dia de ontem foi reservado para os interrogatórios dos réus. Foto: Anderson Freire/Esp.DP

 

 

 

 

Deve ter terminar hoje o julgamento de três dos cinco acusados de envolvimento na morte do promotor de Itaíba Thiago Faria Soares. A sessão, que começa esta manhã na Justiça Federal em Pernambuco, no bairro do Jiquiá, Zona Oeste do Recife, e não tem hora para terminar e pode se estender até a madrugada da sexta-feira.

Neste quarto dia de tranalhos, acusação e de defesa farão suas considerações finais. Cada um tem três horas para expor argumentos, havendo mais duas horas para réplica e tréplica de cada parte. Por final, a juíza Amanda Torres deverá anunciar o veredicto.

O dia de ontem foi reservado para os interrogatórios dos réus. Durante cinco horas de depoimento, José Maria Pedro Rosendo Barbosa, apontado como mentor do assassinato, acusou a advogada Mysheva Martins de ser a única pessoa que obteria vantagem com a morte do noivo. Ele garantiu ser inocente e, ao fim do depoimento, comparou-se aos kombeiros acusados de matar duas jovens em Ipojuca - no Caso Serrambi.

Segundo Rosendo, o promotor teria comprado 25 vacas, por R$ 5 mil cada, e, após o crime, Mysheva vendeu os animais e não deu qualquer quantia à família da vítima. Além disso, falou Rosendo, a ambição maior de Mysheva era a aposentadoria, já que ela mantinha uma relação estável com o promotor. “A Mysheva tem veneno de dez jararacas”, disse Rosendo.

O réu foi mais longe. Falou que Mysheva ainda se encontra às escondidas com o ex-noivo e que, após o fim do julgamento, eles vão aparecer juntos novamente. Disse também que o ex-noivo foi traído quando Mysheva se envolveu com o promotor. “Aqui na capital parece que estão acostumados com essas coisas. No interior, quando um homem é traído, morre um ou outro ou morrem os dois”.

Em outro momento, afirmou: “Se eu for condenado, o crime vai ficar impune. Queria que tivesse outras investigações para o verdadeiro executor ir para a cadeia”. O delegado da Polícia Federal responsável pelo inquérito, Alexandre Alves, também investigou o ex-namorado de Mysheva e a participação do promotor no julgamento de um parente da noiva, de sobrenome Martins, mas as duas hipóteses não avançaram.

Durante o interrogatório, Rosendo confirmou ter três armas na Fazenda Nova - uma espingarda calibre 12, um rifle e uma pistola 380, inscritas nos nomes da mulher e de um dos filhos. Ele disse não ter sentido ficar em uma área de 1,8 mil hectares, onde atuam caçadores, sem armas. Rosendo chegou a ser testemunha na CPI da Pistolagem, no início dos anos 2000.

O réu confirmou o desentendimento com o pai de Mysheva após ter sofrido um atentado a mando dele. “Se passaram 33 anos. Ele morou na mesma cidade que morei”, disse, justificando nunca ter revidado o suposto crime.

Rosendo também afirmou ter passado um ano fora após a morte do promotor por medo. “Temia pela minha vida. Uma semana depois do crime, mandei vídeo querendo me apresentar, mas queria segurança de vida e a polícia e a Justiça nunca me deram.”

Também foram ouvidos José Marisvaldo Vítor da Silva e Adeíldo Ferreira dos Santos. O quarto réu, José Maria Domingos Cavalcante, teve o julgamento adiado para 12 de dezembro. Segundo o Ministério Público Federal, o assassinato foi motivado por disputa pela posse das terras da Fazenda Nova, em Águas Belas. Segundo Mysheva, sem a influência de Thiago no processo de imissão de posse da propriedade, pertencente à família dela, a situação estaria estacionada até hoje. A intervenção do promotor teria motivado a ira de Rosendo, um dos beneficiados pela fazenda.

 

DP

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