Três mandados de prisão foram cumpridos pela 3ª fase da "Operação Pulverização" na manhã desta quarta-feira (23) em Belém de Maria, na Mata Sul de Pernambuco. As investigações tiveram início em novembro de 2015, quando seis pessoas foram presas. A ação do MPPE e da Polícia Civil busca suspeitos de criar empresas fantasmas, lavar dinheiro e fraudar licitações.
A operação é do Ministério Público de Pernambuco e da Polícia Civil. A assessoria informou que a terceira fase da "Pulverização" integra a "Operação Esforço Geral". Na ação desta quarta, o MPPE informou que busca cumprir mandados de prisão preventiva de remanescentes das primeiras fases da "Pulverrização".
A assessoria do MPPE informou que os 18 réus presos foram acusados de crimes como falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, fraude à licitação e organização criminosa. O prefeito que estava no comando do município no início da "Operação Pulverização" foi preso, já a vice-prefeita foi afastada. Eles foram investigados por crimes de responsabilidade por apropriação de bens, rendas públicas ou desvio de verbas.
Vice-prefeita afastada
A vice-prefeita de Belém de Maria foi afastada do cargo por determinação da Justiça. De acordo com a procuradoria do município, ela deixou as atividades em 9 de agosto. A reportagem não conseguiu contato com os advogados da vice-prefeita.
Ela assumiu a prefeitura quando o prefeito Valdecir José da Silva (PSB) fugiu após a operação ser deflagrada. O prefeito passou sete meses foragido e se entregou à polícia em 30 de agosto, no Recife.
Prefeito se entregou
O prefeito de Belém de Maria, Valdecir José da Silva (PSB), se entregou à polícia no dia 30 de agosto, no Recife. Ele estava foragido há sete meses suspeito de chefiar um grupo criminoso responsável por desviar R$ 100 milhões da Prefeitura de Belém de Maria.
Por telefone, a reportagem conversou com o advogado de defesa do prefeito, Piero Sial. Ele informou que Valdecir José se entregou "de livre e espontânea vontade após firmar acordo com o Ministério Público de Pernambuco, por meio do promotor Frederico Magalhães.".
O advogado ainda destacou que o próximo passo é provar a inocência do gestor. O site tentou entrar em contato com a Prefeitura e a Câmara de Vereadores de Belém de Maria, mas as ligações não foram completadas. A reportagem ainda solicitou um posicionamento da prefeitura por e-mail, mas ainda não recebemos resposta.
O Ministério Público estadual (MPPE) e a Polícia Civil procuravam o prefeito desde 23 de janeiro deste ano.
A investigação do Ministério Público foi destaque no quadro "Cadê o dinheiro que tava aqui?", do Fantástico, na Rede Globo.
'Operação Pulverização'
Durante as ações, foram expedidos 13 mandados de prisão. Cinco vereadores e um funcionário da prefeitura de Belém de Maria foram presos durante a segunda fase da Operação Pulverização.
O procurador e coordenador do Gaeco - vinculado ao MPPE -, Ricardo Lapenda Figueiroa, explicou que as investigações começaram com a promotoria de Palmares. "No primeiro momento foram descobertas algumas empresas fantasmas. Foram quebrados sigilos fiscais e na análise inicial havia o desvio de R$ 3 milhões. [...] O valor já passa dos R$ 9 milhões".
Primeiras prisões
Um secretário de finanças e mais seis pessoas foram presas no dia 19 de novembro de 2015. A ação do MPPE e da Polícia Civil buscou suspeitos de criar empresas fantasmas, lavar dinheiro e fraudar licitações. Na época, quatro suspeitos foram localizados em Água Preta, um em Catende, um em Palmares e outro em Caruaru.
G1