Dos 184 municípios pernambucanos, mais a Ilha de Fernando de Noronha, apenas sete localidades conseguiram implantar o prontuário eletrônico em todas as unidades básicas de saúde (UBS). Nas outras cidades, o novo sistema ainda não é encontrado na grande maioria dos postos e centros de atendimento. Os dados foram repassados pelo Ministério da Saúde na manhã desta sexta-feira (16).
Além de Fernando de Noronha, só municípios sertanejos conseguiram adotar a novidade em todas as unidades. São eles: Belém de São Francisco (8 UBS), Cedro (6), Dormentes (7), Santa Filomena (6), Santa Maria da Boa Vista (12) e Verdejante (5). Segundo o ministério, o restante apresentou justificativas, que serão avaliadas individualmente.
Entre as justificativas apresentadas pelos municípios brasileiros estão: insuficiência de equipamentos 84,9% (21.205 UBS), conectividade de internet 73,9% (18.493), baixa qualificação no uso do prontuário eletrônico 75% (18.750) e falta de apoio de Tecnologia da Informática 67,9% (16.989).
No Recife, das 127 unidades básicas de saúde, só 20 contam com o sistema. O município alegou problemas com o plano de internet oferecido pelo Ministério da Saúde. De acordo com a gerente do distrito sanitário 7, Ana Sofia Costa, a conectividade foi suspensa em agosto deste ano.
Em entrevista, ela afirmou que a capital precisou bancar a internet nessas unidades. Ana Sofia justificou, ainda, problemas com os computadores que foram fornecidos pelo Ministério da Saúde.
Segunda ela, os equipamentos já estão na rede, porém a prefeitura precisa de mais, porque o Recife é uma cidade grande. Ana Sofia Costa sinalizou que o município avalia se os computadores vão vir do Ministério da Saúde ou se será necessário fazer a aquisição própria.
Com o prontuário eletrônico, todo o histórico do paciente fica disponível em uma única rede. Consultas, procedimentos realizados nas unidades e antecedente familiar podem ser vistos por médicos e pacientes.
Segundo o ministério, a suspensão do plano de banda larga foi uma decisão pensada e analisada pelo órgão. A pasta alega que houve um levantamento e optou-se pela não renovação dos contratos com as operadoras de telefonia.
Contudo, garante que as justificativas serão observadas e que a “real” necessidade de cada município será atendida.
"Neste levantamento, foi constatado que, das 12 mil Unidades Básicas de Saúde com internet financiadas pela pasta, 8 mil estavam em atividade, mas somente, 4,8 mil efetivamente transmitiam dados para o Ministério da Saúde, observando que 443, menos de 4% do total, utilizavam o prontuário eletrônico.
O Ministério da Saúde, ao consultar operadoras de telefonia, também verificou que o valor destinado à conectividade das Unidades Básicas de Saúde (R$ 603,38 mensais) era três vezes maior do que o adotado na média do mercado. O valor do contrato do Plano Nacional de Banda Larga era de R$ 84 milhões/ano”, diz em nota.
O município que não fizer a implementação do prontuário eletrônico poderá ter problemas no repasse da verba destinada para o serviço de atenção básica. O piso é encaminhado mensalmente e deve ser usado para o custeio dos procedimentos da rede.
Nacional
Ainda segundo o ministério, mais 2,4 milhões de brasileiros já são atendidos com prontuários eletrônicos. O que equivale a 28,5% da população. Com isso, o Brasil conta com 11.112 Unidades Básicas de Saúde com o sistema, em 2.060 municípios. Entretanto, 456 cidades não justificaram a não adoção da novidade.
A pasta prevê um investimento de R$ 371 milhões para instalações de computadores e impressoras nas unidades no próximo ano. Além de mais R$44 milhões/ano para o custeio de banda larga, além da capitação de cerca de 350 mil profissionais de informática.
G1