Eles são frios, acham que são imunes à punição e só são capazes de sentir euforia, prazer e dor. Os psicopatas são pessoas bem presentes na sociedade. Será que você conhece um?
Estimativas da Associação Americana de Psiquiatria dizem que em torno de 3% da população mundial possui o transtorno de personalidade antissocial, também chamado de sociopatia, mas amplamente conhecido como psicopatia.
Os números variam, mas considerando que o mundo tem cerca de 7 bilhões de pessoas, isso significa que cerca de 210 milhões de pessoas são psicopatas. Ou seja, 1 a cada 33 pessoas podem ter o transtorno.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a psicopatia é uma deficiência, da qual só os sintomas são planamente compreendidos.
É possível diagnosticar a psicopatia por meio do comportamento. O método mais utilizado hoje é a chamada escala Hare, criada pelo psiquiatra canadense Robert Hare, que passou mais de 30 anos reunindo características em comum das pessoas com a doença.
No Brasil, a escala foi adaptada pela psiquiatra Hilda Morana, em 2003, que conseguiu confirmar a premissa de Hare, que defende que os criminosos psicopatas diferem dos criminosos sem a condição.
De acordo com a psicóloga Fabiane Curvo, da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, os sintomas começam a aparecer na adolescência. Os mais comuns são: impulsividade, transtorno de conduta (não cumprir promessas, não pagar dívidas), agressividade, comportamento sexual exacerbado, falta de remorso.
Estudos científicos alegam que os circuitos do cérebro de quem é psicopata são diferentes daqueles que não são. Observações indicam que eles ativam menos a parte chamada de Brodmann 10, relacionada com os julgamentos morais.
Não se sabe se é um problema do DNA, genético e hereditário, ou se surge depois. As hipóteses acreditam que o indivíduo já nasce com o problema e que ele surge independente do contexto social e da educação.
A escala Hare analisa 20 itens em relação às emoções e os aspectos da personalidade da pessoa, com uma entrevista, em que cada fator é avaliado em uma escala de 3 pontos (0, 1 e 2), com um resultado total que pode ir de 0 a 40, sendo que, a partir de 20, os indivíduos já são considerados psicopatas.
Dentre os aspectos relacionados às emoções estão:
Dentre as características relacionadas à personalidade e comportamento:
Apesar de não comprovado, o tratamento para a psicopatia existe. Ele envolve medicamentos e terapia, e vai de acordo com os sintomas mais expressivos do psicopata, por isso é necessário uma avaliação muito precisa e detalhada.
“O medicamento ajuda a reduzir a impulsividade, às vezes pode ser um antidepressivo. A terapia mais indicada é a Terapia Cognitiva Comportamental, que faz um treinamento de habilidade social e auxilia a pessoa a aprender novas habilidades para conviver socialmente e, com isso, se inserir na sociedade, sem transgredir”, explica a psicóloga.
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