Publicada em 14/01/2017 às 09h49.
Em 13 anos, mundo perdeu mais de 900 mil km² de floresta intacta, diz estudo
Segundo especialistas, foram perdidos 919 mil km² de terrenos formados por mosaicos de ecossistemas florestais e carentes de árvores de forma natural.

Extração de madeira e incêndios são principais fatores para queda da extensão da área intacta de florestas

(Foto: Reprodução/TVCA)

 

A área intacta da paisagem florestal mundial, sem nenhum sinal de atividade humana, caiu 7,2% de 2000 a 2013, segundo um estudo publicado na sexta-feira (13) pela revista científica "Science Advances".


O trabalho, do professor de geografia da Universidade de Maryland (EUA), Peter Potapov, e sua equipe utilizou imagens de satélites do Google Earth e dados do governo para monitorar as mudanças nestes anos.


No período citado, segundo os especialistas, foram perdidos 919 mil km² de terrenos formados por mosaicos de ecossistemas florestais e carentes de árvores de forma natural.


As regiões tropicais foram responsáveis por 60% da redução total da área intacta de paisagem florestal, enquanto 21% dessa perda são causadas nas regiões boreais, e 19% restante no norte das florestas boreais de Eurasia e da América do Norte.


De fato, mais da metade da diminuição desta paisagem intacta se concentrou em apenas três países; Rússia, com 179 mil km² de perda; Brasil, com 157 mil km²; e Canadá, com 142 mil km².


As principais causas desse fenômeno foram a extração de madeira, em 37% das ocasiões; a expansão agrícola, em mais de 27%; e a propagação dos incêndios florestais por causa da construção de infraestrutura, em mais de 21% das vezes.


Outras causas incluem a fragmentação para rotas mineiras, de extração de petróleo, gasodutos e linhas elétricas, além da expansão da rede de estradas.


Os autores do estudo destacaram a importância das superfícies intactas de paisagens florestais, já que estabilizam o armazenamento de carbono terrestre e a biodiversidade, além de proporcionar grandes habitats naturais para espécies de animais.


Entre 2011 e 2013, a taxa de redução de áreas florestais virgens triplicou em comparação a década anterior.


No entanto, as zonas classificadas como "áreas protegidas", que atendem os parâmetros da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), que se baseiam no progresso humano, desenvolvimento econômico e conservação da natureza, sofreram uma diminuição "significativamente menor".


O estudo também alertou que se a área virgem florestal geral continuar a diminuir na mesma proporção, pelo menos 19 países perderão toda sua área intacta nos próximos 60 anos. EFE

 

 

 

G1

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