Publicada em 05/01/2016 às 16h30.
Nova Assembleia toma posse na Venezuela com maioria da oposição
163 prestaram juramento; 4 foram impedidos pela justiça. Henry Ramos Allup é o novo presidente da Assembleia Nacional.

A oposição venezuelana assume nesta terça-feira (5) o controle da Assembleia Nacional pela primeira vez em 16 anos, estabelecendo uma disputa de poder com o presidente Nicolás Maduro em meio a uma grave crise econômica.



O novo presidente da Assembleia Nacional, Henry Ramos Allup, foi o primeiro a prestar juramento, seguido do vice-presidente Enrique Márquez e do segundo vice-presidente Simón Calzadilla. Em seguida, os novos deputados também prestaram juramento.



No início da sessão, o deputado chavista Pedro Carreño anunciou que foram revisadas 163 credenciais dos novos deputados. No total, deveriam assumir 167 deputados, mas a Suprema Corte determinou que três deputados oposicionistas e um chavista não podem assumir os cargos porque suas vitórias eleitorais enfrentam contestações judiciais.



Antes do juramento, os deputados eleitos nas últimas eleições parlamentares, realizadas no dia 6 de dezembro, fizeram discursos rápidos de cerca de 5 minutos. Os deputados chavistas e de oposição fazem acusações mútuas. Os oposicionistas defendem a anistia aos presos políticos na Venezuela. A coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD, de centro-direita) já havia anunciado como primeiro ato legislativo a aprovação de uma anistia para aproximadamente 80 pessoas.

 

Minutos antes dos discursos dos novos deputados, enquanto as credenciais eram revisadas, um grupo de simpatizante da oposição gritava: "Leopoldo amigo, o povo está contigo", referindo-se a Leopoldo López, líder da oposição preso que foi condenado a quase 14 anos de prisão por promover a violência nos protestos contra o governo do presidente Nicolás Maduro, em 2014. Sua mulher, Lilian Tintori segurava um cartaz em que pedia anistia aos presos políticos.

 

O resultado das últimas eleições parlamentares apontou que de um total de 167 cadeiras, 112 correspondem à coalizão de oposição Mesa de Unidade Democrática (MUD), sendo que três delas são para indígenas de partidos regionais vinculados à coalizão opositora, e 55 para o derrotado Partido Socialista Unido (PSUV), atualmente no poder e que teve o controle do Parlamento durante 16 anos.

Horas antes da cerimônia de posse, Nicolás Maduro, por meio de decreto publicado nesta terça no Diário Oficial, retirou os poderes da Assembleia Nacional sobre a nomeação dos diretores do Banco Central nacional. O decreto permite que o Executivo tenha o direito exclusivo de nomear o presidente e os seis diretores que integram as autoridades do banco.



Clima nas ruas


A região central de Caracas amanheceu com a segurança reforçada nesta terça, de acordo com a imprensa local. Detectores de metal foram instalados pela Guarda Nacional e pela Polícia Nacional nos arredores da sede do poder legislativo.


Estações de metrô das linhas 1 e 4 foram fechadas. O jornal NTN24 Venezuela informou no Twitter que um piquete estava impedindo o acesso de deputados da oposição à assembleia.

 

Grupos de ativistas ligados ao chavismo e à oposição se concentraram desde as primeiras horas da manhã no centro de Caracas para acompanhar os deputados na posse de seus cargos.


 

De acordo com a  emissora NTN24, três jovens foram agredidos nas proximidades da Assembleia. Ainda de acordo com a TV, houve enfrentamento entre a Guarda Nacional Bolivariana e seguidores da oposição que foram convocados a acompanhar deputados eleitos no caminho até a Assembleia.

 

Fonte: G1

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