A Polícia Federal informou que as ações do grupo apontado como responsável por roubos e explosões de caixas eletrônicos em cidades de Pernambuco e Alagoas, desarticulado em uma operação nesta quinta-feira (16), eram marcadas pela violência.
Três pessoas foram presas. Elas foram identificadas como Bruno Santiago, o “Bruno Cabeção”, Ayrton Lucas Soares Araújo, o “Doidera”, e Paulo Ciríaco da Silva. O suspeito de ser o chefe da organização, Flávio Roberto Nunes, o “Flávio Galego”, está foragido.
Segundo o delegado Jorge André Figueredo, a quadrilha buscava evitar a aproximação da polícia durante os crimes. “Após efetuarem as explosões, durante a fuga, eles derrubavam árvores e colocavam na estrada para dificultar a perseguição policial. Bem como eles colocavam grampos na pista para dificultar a ação da polícia”, falou.
Outra característica apontada pela PF ao grupo é que, antes de explodirem as agências, eles efetuavam disparos de arma de fogo contra a delegacia ou o posto policial local. O delegado disse que a quadrilha é formada por 12 pessoas, sendo a maioria de Pernambuco e um suspeito de Alagoas.
“As investigações iniciaram em 2015, com o foco nos presídios, mas só identificamos a quadrilha em agosto do ano passado, aí não temos como saber ainda se há participação de alguém do sistema prisional", disse o Figueiredo.
A operação cumpriu sete mandados expedidos pela 17ª Vara criminal da Capital. Foram nove de busca e apreensão, oito de prisão preventiva e um de condução coercitiva, quando a pessoa é levada para prestar esclarecimentos na delegacia.
“Até o momento, três mandados de prisão foram cumpridos. Os presos estão sendo levados para o presídio do agreste. Na operação foi apreendido um vasto material, munições e uma grande quantidade de dinheiro”, disse o delegado.
"Ele foi condenado em 2008 a 14 anos de prisão pelo crime de homicídio, mas já está em liberdade condicional. A polícia prende, o Ministério Público condena e esses indivíduos estão ressocializados e cometendo crimes. Dos oito indivíduos na quadrilha, 7 cometeram crimes", disse o superintendente da PF em Alagoas, Bernardo Gonçalves.
Operação
Denominada 'Divisa Sul', a operação cumpre mandados nas cidades pernambucanas de Sirinhaém, Ribeirão, Amaraji e Ipojuca, e no município alagoano de Novo Lino.
Entre os crimes atribuídos ao grupo está a investida contra uma agência do Banco do Brasil em Rio Formoso em setembro do ano passado. Na época, a Polícia Militar apontou que os assaltantes fecharam o acesso ao município pela PE-60, bloqueando a vista com troncos de árvores e três carros queimados.
O grupo também é apontado pela PF como responsável pelo assalto à mão armada na casa do chefe de gabinete do Prefeito de Ipojuca, também em setembro. Em outubro, o grupo teria utililizado explosivos em uma investida contra a agência do Banco do Brasil de Colônia Leopoldina, em Alagoas.
A quadrilha também é apontada como responsável por um roubo a posto de combustível de Sirinhaém no fim de novembro, quando a quadrilha tentou explodir os caixas eletrônicos existentes no local.