O Pernambuco em Ação, realizado nos dias 23, 34 e 25 deste mês no Sertão, será interrompido na próxima semana devido a outros compromissos do governador Paulo Câmara e pode retornar apenas depois da Semana Santa. A programação da próxima etapa do projeto de prestação de contas do governo estadual aguarda uma sinalização do presidente Michel Temer (PMDB), que pode vir a Pernambuco para acompanhar a apresentação da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, em Brejo da Madre de Deus, no Agreste. Se a agenda for confirmada, essa será a primeira viagem do peemedebista ao Estado após liberar os governadores e prefeitos para fazerem reformas previdenciárias específicas para os servidores estaduais e municipais.
A sexta-feira da Paixão cairá no dia 14 de abril, mas o espetáculo teatral começa antes, no dia 8. A equipe do Palácio do Campo das Princesas depende de um retorno do presidente para saber se irá montar a estrutura do Pernambuco em Ação já para o dia 6 de abril (uma quinta-feira) ou se o governador irá retomar as viagens após a celebração da Semana Santa. Paulo Câmara não quer correr o risco de estar no Sertão e deixar de acompanhar o presidente da República durante sua passagem pelo Estado.
Embora a viagem de Temer não tenha um peso administrativo, a Reforma da Previdência deve ser um assunto tratado entre o peemedebista e as lideranças políticas do Estado. Na semana passada, durante a primeira rodada do Pernambuco em Ação, o vice-governador e secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Raul Henry (PMDB), disse que a retirada dos servidores estaduais e municipais do projeto de reforma previdenciária não foi boa. "O ideal é que a reforma fosse para todos. Mas ele só pode aprovar dentro do Congresso Nacional a reforma possível", disse.
A visita de Temer, caso se concretize, reunirá alguns dos principais nomes cotados para disputar o governo estadual e o Senado em 2018. Além do próprio governador Paulo Câmara, o peemedebista deverá ter a companhia dos quatro ministros pernambucanos que integram o governo federal. Entre eles, o ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM), e das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), são vistos como possíveis candidatos majoritários no próximo ano.
Convites feitos ao presidente da República para eventos celebrados com destaque em Pernambuco, como a Semana Santa e o São João, não são novidades. O ex-governador Eduardo Campos já foi o cicerone dos ex-presidentes Lula (PT) e Dilma Rousseff (PT) quando o PSB era aliado do PT. Hoje, os socialistas estão afastados dos petistas e mais próximos ao PMDB nos planos nacional e estadual.
A relação custo x benefício do Pernambuco em Ação foi positiva para o governo estadual na avaliação de Paulo Câmara (PSB) e aliados. O governo contabiliza a liberação de R$ 123 milhões para cidades dos sertões do Pajeú, Itaparica e Moxotó visitadas por Paulo Câmara. Ainda nas contas da gestão socialista, essa primeira etapa teve um custo de menos de R$ 60 mil.
De acordo com o secretário de Planejamento e Gestão, Márcio Stefanni, o gasto está dentro das expectativas do governo e só foi possível graças a parcerias. "Recebemos o apoio das prefeituras. Também realizamos o evento em um expediente só e não houve distribuição de almoço. Algumas plenárias foram realizadas em equipamentos nossos", disse, referindo-se a escolas públicas.
A previsão era de que o Pernambuco em Ação fosse encerrado em abril, mas deve se estender até maio. "Para melhorar e governar melhor Pernambuco, a gente precisa viajar mais. Isso é uma constatação não minha, mas de todos os governadores que me antecederam. E que a gente precisa colocar em prática com mais intensidade. Então vamos viajar", afirmou Paulo Câmara.
Jc Online