Publicada em 21/05/2017 às 13h29.
Defesa protocola pedido para que STF suspenda inquérito que investiga Temer
Temer é investigado por corrupção passiva, obstrução à Justiça e organização criminosa.

Michel Temer diz em pronunciamento que vai ao STF pedir suspensão de inquérito


A defesa do presidente Michel Temer protocolou por volta das 16h deste sábado (20) petição no Supremo Tribunal Federal (STF) em que pede a suspensão do inquérito que o investiga por suspeita de corrupção passiva, obstrução à Justiça e organização criminosa.


Mais cedo neste sábado, em pronunciamento no Palácio do Planalto, Temer havia afirmado que pediria a suspensão do inquérito após reportagem da "Folha de S. Paulo" informar, com base na oponião de peritos ouvidos pelo jornal, que houve edição no audio da conversa com o presidente, gravada pelo dono do frigorífico JBS, Joesley Batista.


"Por todo o exposto, Eminente Ministro, a defesa do Presidente Michel Temer, vem, por meio da presente petição, requerer que V. Excelência determine a SUSPENSÃO do inquérito instaurado, até que se realize uma perícia no áudio constante da fita da gravação da conversa objeto desses autos, devendo, para tanto, ser nomeado por um perito para proceder ao seu exame e para responder aos questionamentos do D. Relator e das partes, Defesa e Ministério Público", diz o texto da petição.


Logo após o pronunciamento de Temer, o advogado Francisco Assis, que participou do acordo de delação da JBS, afirmou que não houve edição do áudio e divulgou a seguinte nota:


"O áudio reflete uma gravação amadora feita por Joesley, tem 38 a 40 minutos, foi o tempo contando entrada e saída do local. Não há absolutamente nenhuma edição. Temos cópia do material original, está sendo mantida em local seguro. Entendemos o argumento da defesa de questionar, mas lembramos que Temer não nega a reunião e nem os assuntos tratados. Pretendemos fazer uma perícia própria e de forma alguma nos opomos a uma perícia. Só esperamos que o governo não use o sistema para tentar anular o áudio."


Compra de silêncio e prevaricação


A gravação registra conversa entre Temer e Batista no Palácio do Jaburu, em 7 março de 2017. Nela, de acordo com a Procuradoria-Geral da República, o presidente dá "anuência" para que o empresário continue a pagar uma mesada pelo silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está preso em Curitiba.


Na conversa, Batista também relata uma sequência de crimes que vão de obstrução à Justiça, suborno de procuradores e compra de informações privilegiadas, além de tentativa de ter influência em órgãos que regulam e fiscalizam as atividades do grupo empresarial.


Ao longo do encontro, Temer ouviu tudo e não condenou os relatos de crimes do empresário em nenhum momento. Pelo contrário, em alguns trechos da conversa, o peemedebista chegou a repetir que estava "ótimo". Além disso, o presidente da República não mandou investigar nada.


Apesar de ter questionado o áudio da conversa entregue por Batista, Temer confirma que a conversa aconteceu e o teor dela.


Ele negou, entretanto, que tenha dado aval para que o empresário comprasse o silêncio de Cunha. Sobre os crimes relatados por Batista na conversa, e que não foram denunciados, o presidente afirma que não acreditou na versão do dono da JBS porque ele "é um conhecido falastrão, exagerado."


"Li hoje no jornal 'Folha de S.Paulo' notícia de que perícia constatou que houve edição no áudio de minha conversa com o sr. Joesley Batista. Essa gravação clandestina foi manipulada e adulterada com objetivos nitidamente subterrâneos. Incluída no inquérito sem a devida e adequada averiguação, levou muitas pessoas ao engano induzido e trouxe grave crise ao Brasil. Por isso, no dia de hoje, estamos entrando com petição no Supremo Tribunal Federal para suspender o inquérito proposto até que seja verificada em definitivo a autenticidade da gravação", declarou o presidente em seu pronunciamento neste sábado.


Além do presidente Michel Temer, o inquérito aberto pelo STF investiga o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e o deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) por suspeita de corrupção passiva, obstrução à Justiça e organização criminosa.


O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirma que o presidente Michel Temer e o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) agiram "em articulação" para impedir o avanço da Lava Jato.


Gazetaweb

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