Com expectativa de reunir 2 milhões de pessoas, a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo toma a Avenida Paulista neste domingo, 18, e pede a realização de novas eleições presidenciais.
"Nós queremos 'diretas já' para ontem", afirma Nelson Matias, sócio fundador da Associação da Parada do Orgulho de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros de São Paulo (Apoglbt), que há 21 anos organiza o evento.
"A Parada é uma festa, sim, mas também uma manifestação", diz Matias. "Se fôssemos um País consciente já teríamos derrubado esse governo que está aí, mas estamos assistindo a tudo deitados em berço esplêndido."
Neste ano, a Parada adotou como tema o combate ao "fundamentalismo religioso". "Independente de nossas crenças, nenhuma religião é Lei! Todas e todos por um Estado Laico", diz o tema escolhido.
Para Matias, o avanço do protagonismo político de bancadas evangélicas é o principal responsável pelo que chamou de "retrocesso da pauta LGBT". "Todos os direitos que conquistamos não foram pelo Legislativo, foram pelo Judiciário", afirma.
"As bancadas evangélicas têm emperrado nossa participação nas discussões", diz. "Emperram a criminalização da homofobia. Propõem o Estatuto da Família e a retirada das discussões de gênero nas escolas."
Dezenove trios elétricos desfilam neste domingo, entre a Avenida Paulista e a Rua da Consolação, a partir das 13 horas. Entre as atrações, a cantora Anitta se apresenta no trio do Uber, e Daniela Mercury, no da Skol - os dois patrocinadores do evento. Fafá de Belém e Tulipa Ruiz também fazem parte da programação.
JC