As chuvas que caíram da noite do sábado até a manhã deste domingo (23) causaram prejuízos na orla de Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Parte da barreira de proteção foi atingida, derrubando algumas pedras e destruindo a lateral de uma escada que dá acesso ao mar no trecho próximo ao hotel Atlante Plaza.
Pela manhã, a Emlurb enviou trabalhadores ao local, possivelmente para realizarem reparos. Porém, no início da tarde, as pedras ainda estavam soltas. Frequentadores da área reclamam que os serviços paliativos realizados ultimamente não surtem efeito.
“Colocam redes e apoiam as pedras maiores sobre paralelepípedos. Não é difícil derrubar novamente. Esses reparos são inúteis. É tudo perda de tempo e de dinheiro. Prova disso é que vemos trabalhadores na orla com muita frequência para realizar justamente os consertos e, se observarmos, as pedras sempre estão caídas, as escadas e rampas degradadas. É muita coisa errada que vemos aqui”, reclamou o morador Silvio do Rego Barros.
Morador do bairro há 50 anos, o advogado aposentado Paulo Coelho frequenta diariamente a orla para a prática de pesca. “Nunca vi um inverno como esse aqui no Recife. É muita água e muita ventania. Quando a maré está alta, a água chega até a ciclovia”, detalhou. Os moradores da área dizem que, sempre que caem fortes chuvas, há destruição de algum equipamento e somente depois de muitas solicitações da população a Prefeitura providencia os reparos. E nem sempre de forma adequada. “Um exemplo é a rampa que fica ao lado da escada que foi destruída recentemente. É uma rampa mal feita, íngreme, onde várias pessoas já caíram, porque o equipamento, sequer, finaliza rente ao chão”, denuncia Silvio Barros.
Nota da Prefeitura do Recife
"A Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb) explica que realiza permanentemente o monitoramento e a manutenção do enrocamento das pedras que fazem a contenção do mar de Boa Viagem. É um trabalho preventivo e corretivo de cuidado com a orla, reforçado no período do inverno e que busca restaurar qualquer dano causado, sobretudo, pelas variações de maré, chuvas e velocidade dos ventos. São aproximadamente 2,5 quilômetros de extensão, no trecho logo após a Pracinha de Boa Viagem até a altura do Edifício Castelo Del Mar. A equipe realiza um plantão diário na orla, intervindo na reposição das pedras e da areia sempre que há a necessidade. Para a execução dos serviços eles também têm sempre à disposição uma pá mecânica e uma escavadeira com capacidade para movimentar pedras com mais de uma tonelada."
LITORAL E INTERIOR
No município de Ipojuca, local onde mais choveu em Pernambuco entre os últimos dias 20 e 21 (208,6 milímetros de chuva em 24 horas), a estrada que liga Porto de Galinhas a Maracaípe ainda estava inundada ontem. Em vários trechos da praia, como em Cupe, há sinais dos estragos. Não houve registro de deslizamento de barreira ou qualquer acidente com vítima na área.
Nas cidades da Zona da Mata Sul atingidas pelas cheias no último mês de maio, não houve ocorrências com vítimas. Apenas em Palmares registrou-se o rompimento de uma canaleta, mas numa área onde não há residências. “O acidente aconteceu no bairro de Quilombo 3, porém as moradias que tinham na área já tinham sido retiradas. Não houve vítimas. Mesmo assim, enviamos técnicos da Defesa Civil Municipal e a Codecipe (Coordenadoria de Defesa Civil de PE também mandou representantes, para que avaliem a situação da barreira mais próxima”, explicou o coordenador da Defesa Civil de Palmares, Amauri Silva.
