Reprodução/Marian Torres
O mar ainda é um território pouco explorado pelo homem. Por acaso, uma rede jogada a 700 metros de profundidade por biólogos próximo ao sul de Portugal trouxe um animal pré-histórico: trata-se do tubarão-enguia (Chlamydoselachus anguineus), também chamado de tubarão-cobra. Ele possui a cabeça redonda e mais de 300 dentes, muito afiados, vale ressaltar.
O animal é considerado um “fóssil vivo”, termo que designa uma espécie que é conhecida por ter sobrevivido há “dezenas de milhares de anos”, como explica a professora e pesquisadora do Centro de Ciências Marinhas da Universidade de Algarve, Margarida Castro, em entrevista à BBC. “Alguns acreditam que essa espécie remonta ao período Jurássico tardio […] Está na Terra certamente antes do homem”, completa.
O tubarão-enguia capturado é um macho e tem 1,5 metro de comprimento. De acordo com a Encyclopedia of Life(Enciclopédia da Vida, em tradução livre) a espécie está quase ameaçada. Ela inclusive já foi considerada extinta, mas posteriormente reclassificada.
Acredita-se que essa espécie de tubarão estava viva quando foi pescada, mas a uma profundidade muito grande, o que dificulta a sua aparição. Aliás, o animal chegou morto na superfície, muito provavelmente porque não resistiu a mudança súbita de pressão ocasionada quando a rede foi puxada. “A maioria dos peixes chegam mortos. A rede sobe muito rápido”, esclarece Margarida.
Você poderia se perguntar: “por que o tubarão-enguia é classificado como tubarão, e não como enguia?”. Apesar de ter a cabeça redonda, semelhante a da enguia, todo o resto do corpo, como as barbatanas, são iguais às de um tubarão. Com uma exceção: os dentes, que são os diferenciais deste predador.
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