O uso prolongado do acessório pode trazer riscos à saúde. Foto: Instagram/Reprodução
Moda entre celebridades e usada, inclusive, por algumas blogueiras fitness – a exemplo de Gabriela Pugliesi – as cintas modeladoras têm sido amplamente divulgadas como alternativa para quem quer afinar a cintura e perder medidas na região do abdômen. De acordo com especialistas, porém, não são bem esses os benefícios proporcionados pelo acessório. Pior, o uso exagerado pode acarretar danos sérios à saúde.
Para falar sobre alguns mitos por trás das cintas, o Blog conversou com as fisioterapeutas Marina Prado e Rafaela Cunha. Apesar de não condenarem completamente o uso, elas fizeram alertas sobre algumas inverdades ligadas à peça. “Essas cintas estão sendo usadas para tudo: trabalhar, malhar, para fazer qualquer atividade física… e muita gente está passando horas usando. Isso traz muitos malefícios”, adiantou Marina.
Para a fisioterapeuta Marina Prado, o uso das cintas modeladoras fornece a falsa sensação de emagrecimento (sem ser no pós-operatório). “Uma pessoa que não tenha feito qualquer intervenção cirúrgica e usa a cinta porque quer emagrecer, não vai. Esse efeito só existe, na prática, instantaneamente. Vai conter naquele momento e, depois, não. Tirou, depois de um tempo, volta a mesma coisa”, explicou.
De acordo com a fisioterapeuta Rafaela Cunha, de fato, o uso da cinta modeladora pode melhorar a postura. Mas apenas naquela região em que o acessório está sendo usado. A profissional chama atenção para o fato de o corpo precisar manter um equilíbrio e, com o uso da peça, a postura de outras áreas acabar sendo modificada.
Para Marina, chegar ao ponto de conseguir fechar o acessório nas últimas casas pode representar riscos à saúde. Quando está muito apertada, a cinta dificulta o retorno venoso, pois aumenta a pressão intra-abdominal e, consequentemente, amplia a predisposição aos surgimentos de tromboses e varizes.
O uso prolongado da cinta modeladora acaba proporcionando uma falsa sensação de estabilidade. Segundo Rafaela Cunha, o corpo entende que, com essa firmeza provocada pelo acessório, a musculatura estabilizadora da coluna não precisa mais trabalhar. Então, acaba gerando um enfraquecimento ou até inatividade desses músculos. Situação que aumenta muito o risco de lesões na região. “Enquanto se está usando a cinta, está tudo ótimo, está estabilizando. Mas quando você tira, e se abaixa para pegar o seu filho ou fazer qualquer outra atividade que exija da coluna, a musculatura não vai estar lá para estabilizar e você vai se lesionar”, exemplificou.
A indicação para a cinta modeladora, de acordo com Marina Prado e Rafaela Cunha, pode estar ligada à melhora momentânea da estética. “Se você tem uma festa para ir e quer ficar bem, então você pode usar a cinta e depois retirar”, aconselhou Marina.
A fisioterapeuta exaltou ainda a importância da peça quando usada por indicação médica, nos pós-operatórios de cirurgias plásticas. O acessório auxilia na redução do edema (inchaço), também permite que o paciente fique mais segurou ao se movimentar, reduz a formação de fibrose (excesso de tecido na cicatrização) e diminui a formação de líquido abaixo da pele (seroma). Esse último efeito evita que o médico faça punções na região.
“Com tudo isso, a cinta ajuda o paciente a ter um resultado melhor, a atingir o objetivo. Na abdominoplastia e lipoaspiração, a pele é afastada. Serve para aproximar a pele dos órgão”, completou.
Jc Online