(Foto: Aldo Carneiro/Pernambuco Press)
Em meio aos festejos de 481 anos de fundação do Recife, o público que compareceu ao Marco Zero, no Centro, na noite deste domingo (11), aprendeu um pouco da história da cidade por meio do espetáculo "O Boi Voador". A encenação fez parte da programação para celebrar o aniversário da capital pernambucana, que segue até a segunda-feira (12), data da festa.
Com o casario do Bairro do Recife como cenário, o público se deslocou para acompanhar as cenas da peça e entender a passagem da história em que o conde Maurício de Nassau fez um boi "voar" na capital pernambucana, em pleno domínio holandês, no século 17.
(Foto: Marina Meireles/G1)
"É uma oportunidade maravilhosa de ensinar aos meus filhos um pouco da história da cidade", contou a arquiteta Patrícia Ataíde, que trouxe os filhos Clarisse Maria, 8, e Pedro Miguel, 11, ao Bairro do Recife.
Para quem não sabia da programação, o espetáculo foi uma surpresa. "Vim para curtir o domingo com a minha família e acabei ficando mais por causa dos meus filhos", explicou o médico Guilherme Lima.
Durante a encenação, feita no Marco Zero e no casario da Avenida Rio Branco, a peça buscou retratar o importante período da história de Pernambuco. "Sei que o boi vai voar, mesmo sem asa", comentou Guilherme Filho, de 9 anos, curioso para assistir à apresentação.
(Foto: Aldo Carneiro/Pernambuco Press)
A peça
O fato narrado durante o espetáculo deste domingo aconteceu durante a inauguração da então Ponte do Recife, hoje conhecida como Ponte Maurício Nassau. De alto custo, o serviço demorou a ficar pronto e teve investimento pesoal do conde Nassau.
Em 28 de fevereiro de 1644, o conde prometeu fazer um boi voar sobre a ponte. Na hora marcada, um animal feito de couro empalhado, surgiu no ar, amarrado em cordas e movido por roldanas. Na festa, Nassau cobrou pedágio e faturou muito dinheiro.
(Foto: Aldo Carneiro/Pernambuco Press)
Dirigida por José Pimentel e Ruy Aguiar, a peça teve seis cenas: duas no chão, caminhando pela rua, com o público; uma no palco, montado na frente da Associação Comercial; outra na sacada do Espaço Cultural Santander; e mais uma na esquina da Avenida Rio Branco com a Rua Dona Maria César.
(Foto: Aldo Carneiro/Pernambuco Press)
A encenação, com 45 atores, também reproduziu o encontro de Nassau com os pintores Frans Post e Ekaut. Um narrador costurou o enredo, localizando os fatos historicamente.
Albert Eckhout (1610-1666) retratou os índios no Nordeste brasileiro. Frans Post é considerado o mais relevante artista neerlandês a serviço de Nassau na comitiva que o acompanhou ao Nordeste do Brasil em meados do século 17.
Após a encenação, a programação do anivesrário seguiu com um cortejo de agremiações típicas do carnaval pernambucano. Desfilaram grupos de maracatu, bonecos gigantes, blocos líricos e bois.
(Foto: Marina Meireles/G1)
O conde Maurício de Nassau nasceu na Alemanha, em junho de 1604, e morreu em 20 de dezembro de 1679. Foi conde e príncipe de Nassau-Siegen, um Estado do Sacro Império Romano-Germânico.
No Recife, o período do domínio holandês ocorreu entre 1637 e 1644. Na capital de Pernambuco, Nassau decretou a liberdade de culto religioso, documentou, de forma pioneira, a paisagem da cidade e criou jardim botânico, zoológico e obsertavório astronômico.
Também construiu a primeira ponte da América Latina e executou transformações urabanísticas. O governo holandês chegou ao fim com o proceso da Restauração Pernambucana.
G1