Publicada em 22/03/2018 às 10h41.
Taxa de mortes violentas em Alagoas em 2017 é a 5ª maior do país
Perfil de vítimas e homicidas é semelhante (jovens, negros, de periferia), diz especialista.

(Reprodução da internet)

 

Um levantamento inédito feito pelo G1 revela que Alagoas teve a 5ª maior taxa de mortes violentas, por 100 mil habitantes, em 2017 no país. Foram 1.775 homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte.


O levantamento faz parte do Monitor da Violência, uma parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Jornalistas do G1 espalhados pelo país solicitaram os dados via Lei de Acesso à Informação seguindo o padrão metodológico utilizado pelo fórum no Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado normalmente no fim do ano.


No estado, houve ainda 138 resistências com resultado morte, que é quando alguém é morto em confronto com a polícia. Esse número, contudo, não foi considerado no comparativo entre os estados.


Os dados são das Secretarias de Segurança Pública (SSP) de cada estado. Rio Grande do Norte teve a maior taxa, 64 por 100 mil habitantes, seguido do Acre (63,9), Pernambuco (57,3) e Ceará (56,9). Em todo o Brasil, foram 59.103 vítimas, uma taxa de 28,5.


Em Alagoas, o tipo de crime mais praticado é o homicídio doloso, em que há a intenção de matar. O ano passado terminou com 1.698 casos. As outras vítimas foram de latrocínio (58) e lesão corporal seguida de morte (19).


Em janeiro de 2018 foram 154 mortes violentas, sendo 149 homicídios dolosos. Com o objetivo de possibilitar um diagnóstico em tempo real da violência, uma página especial foi desenvolvida para mostrar mês a mês os números de crimes.


Vítimas e criminosos têm perfis semelhantes

Segundo o professor Emerson Oliveira do Nascimento, do curso de Ciências Políticas da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), na maioria dos casos em que há mortes violentas, os perfis das vítimas e dos criminosos são semelhantes.


“É uma guerra muito fratricida. Em linhas gerais, são jovens negros, pobres, pouco escolarizados, da periferia da cidade, matando jovens com perfil socioeconômico, com características socioculturais muito semelhantes”, explica o professor.


Para o secretário de Estado da Segurança Pública, coronel Lima Júnior, o tráfico é o que mais causa mortes em Alagoas e no Brasil.


“Quem mais mata no estado e no Brasil são pessoas ligadas ao tráfico de drogas, que têm por cima o grande manto da facção criminosa”, avalia o secretário.


Segundo o professor Emerson Oliveira do Nascimento, do curso de Ciências Políticas da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), na maioria dos casos em que há mortes violentas, os perfis das vítimas e dos criminosos são semelhantes.


“É uma guerra muito fratricida. Em linhas gerais, são jovens negros, pobres, pouco escolarizados, da periferia da cidade, matando jovens com perfil socioeconômico, com características socioculturais muito semelhantes”, explica o professor.


Para o secretário de Estado da Segurança Pública, coronel Lima Júnior, o tráfico é o que mais causa mortes em Alagoas e no Brasil.


“Quem mais mata no estado e no Brasil são pessoas ligadas ao tráfico de drogas, que têm por cima o grande manto da facção criminosa”, avalia o secretário.


Como resolver

Para o professor Emerson, violência se resolve com investimento em políticas de prevenção. “O policiamento ostensivo tem resultado imediato, e gera uma certa sensação de segurança. Mas o mais interessante seria investir em políticas de prevenção. Só que isso prescinde de uma reforma, quase uma mudança cognitiva na cabeça dos gestores”.


O secretário de Segurança Pública também defende uma mudança na legislação, que, segundo ele, gera impunidade.


“Temos que trabalhar principalmente na origem do estímulo à violência (…) e o principal fator que estimula a violência é a impunidade. Por isso precisamos fazer um estudo em cima da nossa legislação, para que essa ferramenta que o Estado tem para inibir a prática do crime seja fortalecida”, afirma Lima Júnior.

 

 

G1

 

 

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