O presidente Emmanuel Macron, que está em Bruxelas, afirmou que as evidências apontam que a ação foi um ato de "terrorismo islâmico". Ele voltará para Paris para acompanhar de perto a situação.
O suposto terrorista alegou pertencer ao grupo extremista Estado Islâmico (EI), embora o grupo terrorista não tenha reivindicado a ação. Testemunhas disseram que Redouane Lakdim, de 26 anos, gritou "Allahu Akbar" (Alá é grande), no momento ao invadir o supermercado Super U, segundo a CNN. Segundo a mídia francesa, ele teria pedido a libertação de Salah Abdeslam, único terrorista capturado com vida nos ataques em Paris de 13 de novembro de 2015.
Os serviços de segurança ainda estão investigando se o EI está realmente por trás do ataque.
Se o vínculo com o grupo extremistas for confirmado, este ataque será o 1º ataque desta dimensão desde a eleição do presidente Emmanuel Macron, em maio de 2017. O Ministério do Interior informou que Lakdim, que era morador de Carcassonne, já era conhecido da polícia por causa de pequenos delitos.
O número de reféns ainda não ficou claro, porque parte dos empregados e clientes do supermercado conseguiram fugir. Um militar, que aceitou ser trocado por um refém, está entre os feridos no supermercado.
O suspeito entrou no estabelecimento da rede Super U por volta das 11h no horário local (7h em Brasília) e foi morto cerca de três horas mais tarde, às 14h25 (10h25 em Brasília).
Policial ferido em Carcassonne
Além dos dois mortos em Trèbes, a imprensa francesa afirma que uma terceira pessoa foi assassinada pelo suspeito em Carcassone, na cidade a cerca de 10 km de Trèbes.
Segundo relato da AFP, o suspeito roubou um carro, matou um passageiro e feriu o motorista. Em seguida, atirou contra um policial, perto de um quartel antes de seguir para o supermercado da cidade vizinha.
O carro do atirador foi encontrado pelos policiais no estacionamento do supermercado Super U. É possível que ele tenha deixado o veículo lá em uma estratégia de fuga.
Mais cedo, a imprensa francesa afirmou que, através da análise da placa do veículo, a polícia identificou o proprietário como um marroquino que já aparecia no Arquivo de Apontamentos para a Prevenção da Radicalização com Caráter Terrorista (FSPRT, na sigla em francês). A informação não foi confirmada oficialmente.
O policial de Carcassonne sofreu uma perfuração no pulmão e teve duas costelas quebradas, mas não corre risco de morrer, segundo o jornal francês “Le Parisien”.
O ministro do Interior, Gérard Collomb, e o procurador de Paris, François Molins, também estão no local. "A seção antiterrorista do Ministério Público de Paris está reunindo todas as informações que temos no momento e elas sugerem que seria um ato terrorista", também declarou o primeiro-ministro francês, Édouard Philippe.
Trèbes é uma pequena comunidade próxima à cidade turística medieval de Carcassone, no departamento de Aude.
A tomada de reféns acontece com a França ainda em estado de alerta, após a série de atentados desde o ataque contra a redação da revista satírica Charlie Hebdo em janeiro de 2015, que deixou 12 mortos.
A onda de atentados extremistas deixou 238 mortos e centenas de feridos em 2015 e 2016. Vários ataques ou tentativas de ataques apontaram contra militares ou policiais.