Publicada em 26/05/2018 às 09h55.
‘Grey’s Anatomy’ aparenta ser eterna, mas aborda temas que merecem destaque
Crença entre ciência e religião, aceitação LGBTQ+ e violência contra mulheres são alguns temas tratados na série.
Em 'Grey's Anatomy', a atriz Ellen Pompeo interpreta a Dra. Meredith Grey há mais de 10 anos
Foto: Divulgação

Na última sexta-feira (18), eu trouxe ‘Grey’s Anatomy’ como exemplo de séries longas demais. Ainda na semana passada, odrama médico chegou ao fim de sua décima quarta temporadae já foi renovada para a décima quinta. Quando o assunto é o Seattle Grace Hospital (para aqueles que ainda estão no começo da história), escuto frequentemente as mesmas frases: “catorze temporadas é muita coisa, não dá”, “comecei a assistir, mas parei na metade” ou “a série é muita longa, assisto tudo quando acabar”. 

De fato, para acompanhar a trama é preciso ter um vínculo especial com os personagens e simpatizar com a história. Porém, se por um lado ‘Grey’s’ aparenta não ter fim, por outro o programa traz, em cada episódio, alertas e mensagens importantes que merecem ser lembradas e discutidas pelo público. Quem está atrasado na série, cuidado, spoilers à frente.

Não é novidade que Shonda Rhimes, criadora da série, costuma dar voz a comunidades que sofrem qualquer tipo de preconceito. Só para citar um exemplo, as cirurgiãs Arizona Robbins (Jessica Capshaw) e Callie Torres (Sara Ramirez), mulheres que são chefes em seus departamentos cirúrgicos e, de quebra, são casadas entre si. A própria Shonda costuma dizer que está tentando fazer a TV parecer mais com o mundo real, com LGBTQs e negrosocupando espaço em todos os lugares. 

representatividade não para nas cirurgiãs, vários pacientes homossexuais já deram entrada no hospital, com conflitos internos bem diversificados. Na temporada atual, por exemplo, podemos acompanhar o amor entre dois garotos de quinze anos, um deles precisando de um transplante de coração enquanto seu namorado servia de apoio. 

Fofo, né? Mas esse é só um dos temas da décima quarta temporada que podemos espalhar por aí. Separei alguns assuntos bem atuais que podemos jogar na roda de amigos. 

Assédio sexual no trabalho

A frase em negrito a cima automaticamente remete ao escândalo do produtor Harvey Weinstein e das vítimas que trabalharam em sua empresa, da polêmica em Hollywood e do movimento criado e liderado por mulheres, o #TimesUp. Segundo a pesquisadivulgada pelo DataFolha em janeiro deste ano, 23% das mulheres sofrem assédio no trabalho, se contarmos com os outros locais – ruas e transporte público – o número aumenta para 32% e 33%, respectivamente.

Em ‘Grey’s Anatomy’, temos o grande cirurgião Harper Avery sendo acusado de ser um predador sexual e sua Fundação precisando lidar com a repercussão. Esse episódio é um verdadeiro exemplo de como lidar com escândalo sexual

Violência contra a mulher

Todos os episódios da série médica são intitulados com nomes de músicas e aqui não seria diferente. No episódio “1-800-799-7233”, o título não é apenas um lembrete da canção da banda americana Saffire The Uppity Blues Women, mas também se trata do número de denúncia para a violência contra a mulher nos Estados Unidos. Não custa lembrar que, no Brasil, o número é o 180. O episódio em questão é um dos mais feministas da série, colocando a coragem e união das mulheres contra os opressores em um verdadeiro #GirlPower

Sintomas de infarto em mulheres

Está equivocado quem pensa que infarto acontece durante uma dormência no braço e dor no peito. Esses sintomas acontecem, sim, mas é mais frequente nos homens. Nas mulheres as coisas podem acontecer de outra maneira, só que muitas pessoas ainda não sabem disso e acaba prejudicando o diagnóstico e tratamento. 

No Brasil, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), 30% dos casos de doenças cardiovasculares acontecem no sexo feminino. Mulheres, fiquem ligadas! Os sintomas podem aparecer em vocês através de enjoos, falta de ar, cansaço, desconforto no peito e arritmia. Page cardio!

Como um presente aos fãs que acompanharam a protagonista Meredith Grey (Ellen Pompeo) até aqui, esse ano o show foi marcado por vários momentos nostálgicos referentes aos mais de dez anos da série. Aparições de antigos personagens, menções e flashbacksocorreram em quase todos os episódios, como o de número 300, por exemplo.

 

 

 

Vale lembrar que a atriz Ellen Pompeo assinou contrato de mais dois anos com a emissora ABC Family, então teremos Shonda Rhimes planejando tragédias até 2020! Mas a produção, segundo a atriz, já pensa em um possível final. Em minha opinião, conhecendo o histórico colossal de lágrimas derramadas, acredito que Meredith pode acabar internada numa clínica para pessoas com Alzheimer, recebendo visitas de Alex Karev (Justin Chambers). Como vocês acham que a série pode acabar?  


*Fernando começou a assistir a séries de TV e streaming em 2009 e nunca mais parou. Atualmente ele acompanha mais de 180 produções e já assistiu mais de 5,3 mil episódios, uma média de 23 por semana. A série mais assistida - a favorita - é "Grey's Anatomy", à qual ele reassiste com qualquer pessoa que esteja disposta a começar uma maratona. 

 

Folha de Pernambuco 

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