AFP
Neste domingo, no estádio Lujniki, em Moscou, a Copa do Mundo será entregue para a seleção campeã na Rússia. No mesmo dia, poucos momentos antes do troféu mais cobiçado do mundo ser levantado pelo capitão vencedor, a Fifa divulgará o atleta escolhido pelos seus analistas como melhor jogador da competição. O maior entre várias estrelas. E neste Mundial, os principais favoritos são o francês Mbappé e o croata Modric.
A dupla tem em mãos um fator que pode desequilibrar a disputa: o poder de decidir o título. Com perfis diferentes, os dois atletas travarão um duelo particular em campo. De um lado a genialidade e o poder de improviso de uma estrela emergente. Do outro, a experiência e a excelência do maestro.
Aos 19 anos, Mbappé já carrega sobre os ombros o peso de ser a principal esperança de alçar o futebol francês a um patamar ainda mais alto. Mesmo atuando em uma equipe que nivela o protagonismo de jogadores como Griezmann, Pogba e Lloris, a joia do PSG se destaca justamente por ir muito além da obediência tática.
O desempenho de Mbappé na partida contra a Argentina, pelas oitavas de final, é o maior exemplo do quanto ele pode desequilibrar. Além de dois gols marcados, ainda sofreu pênalti decisivo após arrancada de 32,4 km/h.
Mas não é só a velocidade que faz do atacante um atleta diferenciado. Junto com seus dribles geniais, os números ainda atestam e deixam evidente o estilo de jogo agudo e o poder de fogo do francês. Finalizando tanto de esquerda quanto de direita, Mbappé não chuta qualquer bola. Das seis finalizações no Mundial, todas foram disparadas dentro da grande área adversária, apenas uma não foi no gol.
Do outro lado, a experiência de Luka Modric e seu futebol racional podem colaborar de forma crucial para um jogo estratégico, característico de qualquer decisão. No tabuleiro de xadrez croata, onde cada atleta tem uma função específica, o camisa 10 vai muito além de ser uma simples peça, se tornando o próprio enxadrista.
Modric é o cérebro da equipe, responsável por arquitetar as principais jogadas e, se for preciso, executá-las. Até a decisão, o meia tentou 443 passes no total, com o aproveitamento de 83%. Mais da metade partiram de média a longa distância, fundamentais para os contra-ataques croatas. E se houver espaço, os chutes de fora da área, sete no total, representam um grande perigo para o adversário. Como no 3 a 0 sobre a Argentina.
O meia se destaca ainda pelo papel no sistema defensivo, sendo responsável por 30 recuperações de bola. Modric é a esperança do título inédito da Croácia, que pode alçá-lo também à condição de melhor do mundo.
JC