Publicada em 17/11/2015 às 09h06.
Geraldo Julio: “do jeito que a CPMF foi colocada, não dá para defender”
Ele reconhece que Estados e municípios precisam de uma fonte extra de recursos a curtíssimo prazo.

O prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), declarou nesta segunda (16) ser contrário à volta da CPMF. “Do que jeito que ela foi colocada, não dá para defender”, afirmou o socialista. Ele reconhece que Estados e municípios precisam de uma fonte extra de recursos a curtíssimo prazo. Mas insiste que a CPMF não é o caminho e defende a redução dos juros básicos da economia. As declarações foram a uma plateia de empresários, em evento do LIDE Pernambuco, na tarde desta segunda.


É preciso lembrar que a Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), presidida por José Patriota, do mesmo partido de Geraldo, recuou e já defende a volta da CPMF. É que mais de 140 prefeituras em Pernambuco estão acima do limite legal de despesas com a folha de pagamento e muitas sequer têm dinheiro para pagar o 13º salário este ano.


O argumento já faz o governador Paulo Câmara, também socialista, repensar o tema, no que parece ter sido uma boa jogada política da presidente Dilma Rousseff (PT): acenar com a divisão de parte do bolo da CPMF para os prefeitos, que agora pressionam governadores e bancadas.


Geraldo reconhece a dificuldade para Estados e municípios sem a volta da CPMF. Mas afirma que existe um erro básico nos remédios apresentados pelo governo Dilma Rousseff (PT) de lutar contra a crise. “A inflação do Brasil não é de demanda, mas de preços administrados”, enfatizou.


Na prática, significa dizer o seguinte. No passado recente do Brasil, o governo Luiz Inácio Lula da Silva precisou combater o excesso de demanda provocado pelo crescimento da economia. Pois, como muita gente sabe, quando a procura por uma mercadoria é maior que a oferta, os preços tendem a subir.


No Brasil atual, não é isso que está ocorrendo. A inflação brasileira, que atingiu 9,93% nos últimos 12 meses até outubro, segundo o IBGE, se dá porque o governo Dilma represou o preço da gasolina e da energia elétrica. Em um primeiro momento, parece bom segurar os preços. Mas quem pagava a diferença era o governo federal, com o dinheiro do contribuinte, até que ficou inviável. Como no final a conta sempre sobra para alguém, ela explodiu para o consumidor este ano, com aumentos muito elevados da gasolina e da conta de luz.


Para Geraldo, como o Brasil vive um ambiente de instabilidade política e jurídica, o dinheiro termina direcionado para o mercado financeiro, que paga juros elevados – a Selic, os juros básicos da economia, está em 14,25% ao ano. Esse percentual é usado no cálculo da remuneração de grandes investidores na área financeira. Ou seja, é melhor deixar o dinheiro parado rendendo no banco do que se arriscar e investir na “economia real”, por um lucro que não compensa o esforço.


Por isso o prefeito discorda da volta do imposto. “A CPMF é isso, aumento de carga tributária”, afirmou.

 

FONTE: JC

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