Publicada em 12/12/2018 às 10h12.
Golpe do aluguel faz vítimas em Pernambuco
Aumento da procura de imóveis por temporada no fim de ano evidencia ação de golpistas, que cobram adiantamentos por aluguéis fictícios.

Nina foi uma das vítimas de um golpista que atua em sites de compras para oferecer aluguéis

Foto: Jose Brito /Folha de Pernambuco

 

Com a proximidade das festas de fim de ano e do período de férias escolares, a procura de imóveis por temporada aumenta. Mas esse tipo de negócio exige, sobretudo, cautela. Pesquisar sobre a idoneidade do locador e consultar se os endereços e imagens coincidem com os do local indicado, são alguns dos cuidados apontados pela gerente do Procon Recife, Raquel Moraes. “O prazo desse tipo de locação não pode ultrapassar 90 dias, e o pagamento de aluguéis e encargos podem ser solicitados antecipadamente ou de uma só vez, mas o Procon não aconselha o consumidor que pague o valor integral de forma antecipada. Exija recibos discriminados de todas as quantias pagas”, explica.


Os golpistas, no entanto, continuam buscando novas formas de agir. A psicóloga Nina Maria Andrade Soares, de 22 anos, foi uma vítimas mais recentes. Ela e um grupo de amigos resolveram alugar uma casa, no dia 20 de novembro, para passar o fim de ano em Porto de Galinhas, no município de Ipojuca. “Encontramos um anúncio na OLX referente a uma casa no valor de R$ 2.700, com capacidade para até 15 pessoas. Entrei em contato, por telefone, com um senhor chamado Gomes, indicado no anúncio”, relembra. Depois disso, a comunicação foi feita através do WhatsApp, onde o negociador enviou fotos da casa e o contrato de aluguel referente ao período de 29 de dezembro a 1º de janeiro. Nele havia a exigência de 50% do valor total para garantir a reserva. “Todos leram e ficaram de acordo com o contrato. Em nenhum momento suspeitamos que fosse um golpe. Mandei meus dados e ele enviou os dados bancários. Depositamos a quantia de R$ 1.350. Do dia 30 de novembro em diante comecei a cobrar o envio do contrato assinado, foi quando ele começou de demorar a dar retorno”, disse.


Em uma das tentativas, Gomes disse que estava muito ocupado e chegou a perguntar se ela queria o dinheiro de volta. “Respondi que queríamos o contrato e saber se estava tudo certo. Depois do dia 4 de dezembro ele simplesmente sumiu e não conseguimos, mas contato”, afirmou. Ela esteve ontem na Delegacia de Polícia de Rio Doce, em Olinda, para prestar queixa. O caso está sob a responsabilidade do delegado Jorge Ferreira. “Quando ele falou em contrato, nós pensamos que poderia ser algo sério, ninguém esperava que ele fosse sumir. Ficamos muito frustrados e preocupados”, disse Nina. Pelas redes sociais, os amigos da psicóloga descobriram que outro grupo teria sido vítima do mesmo locatário, e com a mesma casa. O padrão aplicado foi idêntico. Gomes colheu os dados pessoais para o contrato e exigiu metade de valor para garantir a reserva, mas quando a pessoa pediu o contrato assinado ele não deu mais retorno.


“Ele disse que teríamos que resolver logo, pois tinha muita gente procurando a casa. Eu e meus amigos (11 pessoas) decidimos depositar apenas R$ 820, correspondente a 30% do valor total”, explicou um dos prejudicados pelo golpe, que preferiu não ser identificado. “Ele disse que morava no município de Jaqueira (Mata Sul do Estado), mas através CPF descobrimos que existem sete contatos atrelados a ele em João Pessoa. A casa que ele divulgou, na verdade, é uma residência situada no município de Pontal do Paraná em outro anúncio da OLX”, afirmou a vítima.


Ontem, esse segundo grupo de amigos prejudicados com a falsa locação, conseguiu identificar no mesmo site, um anúncio de outra casa em Porto de Galinhas. “Descobrimos que se trata da mesma pessoa, mas ele agora atende com outro número e por outro nome, Silva. Estamos muito desanimados com tudo isso”, relatou.


Procurado pela reportagem, o site OLX informou que “condena este tipo de atitude, pois ela vai contra as regras da plataforma”. “A OLX esclarece que a atividade da empresa consiste na disponibilização de espaço para que usuários possam anunciar e encontrar produtos e serviços de forma rápida e simples. Toda negociação é realizada fora do ambiente do site, portanto, a empresa não faz a intermediação ou participa de qualquer forma das transações, que são feitas diretamente entre os usuários”, diz a nota.


De acordo com a gerente do Procon Recife, Raquel Moraes, o órgão só deve ser acionado caso o aluguel seja por temporada e exista a relação consumidor e fornecedor. Ou seja, é considerada fornecedor uma pessoa que pratica a atividade de alugar imóveis para hospedagem com regularidade. “Em caso de golpes como esse, a pessoa deve procurar a delegacia e também recorrer à Justiça ou Juizado de Pequenas Causas, a depender do valor da causa”, reforça.

 

 

 

Folha PE

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