Publicada em 20/02/2019 às 09h17.
Áreas industriais e de agricultura têm maior teor de contaminação do solo por metais pesados
Agreste e Zona da Mata são localidades mais afetadas no estado, segundo pesquisadora cubana.
 Foto: Ministério da Integração Nacional/Divulgação


A pesquisa resultou na tese de doutorado da cubana Zahily Herrero Fernandez, que desenvolveu o estudo durante cinco anos. Ele foi idealizado após a realização de um projeto que analisava o estoque de carbono no solo do estado, feito pelo Departamento de Energia Nuclear da UFPE, no Campus Vitória, na Zona da Mata Sul do estado.


A partir de então, os pesquisadores descobriram a necessidade de analisar os metais pesados, já que não havia estudos sobre o tema no estado. Segundo Zahily, foram analisados quatro tipos de solo.


"O primeiro é a caatinga aberta; o segundo, caatinga virgem; o terceiro é aquele usado para a agricultura e o quarto, para pastagem de animais. Isso porque principalmente esses dois últimos são mais influenciados pela ação do homem, já que são irrigados. Os dois primeiros seriam o solo 'natural’, com menor interferência", afirma a pesquisadora.

 

Mapa mostra regiões contaminadas por metais pesados em Pernambuco — Foto: UFPE/Divulgação

 Foto: UFPE/Divulgação

Ao todo, para a pesquisa, foram coletadas 316 amostras de 92 pontos diferentes do estado. Entre os materiais mais encontrados no solo pernambucano, estão metais como níquel, chumbo, zinco, estrôncio, manganês, cálcio, magnésio, titânio, potássio, ferro, alumínio e silício.


"A classificação ocorre porque a concentração de níquel, chumbo e zinco foram maiores que os valores de referência de qualidade, mas menores que os valores de prevenção. Notamos que a agricultura e a pastagem influenciam bastante no conteúdo dos metais no solo. Nas profundidades analisadas, a superfície é a mais contaminada, porque é a que tem mais contato com a ação humana", diz a cubana.


 

Atividade econômica


 

Segundo Zahily, as regiões do estado que apresentam os maiores níveis de contaminação por metais pesados são as que são utilizadas para o cultivo de cana-de-açúcar na Zona da Mata. Nesses locais, há maior incidência de elementos como alumínio, níquel, chumbo e zinco. Em outras culturas, foram encontrados metais como manganês, silício e estrôncio.


"O estudo não acaba na classificação, até porque cada solo tem suas características próprias. É preciso analisar o que seria o ideal para o solo de Pernambuco e desenvolver técnicas para que a contaminação por metais não afete a população humana, especialmente o níquel, chumbo e zinco", explica a pesquisadora.


Ainda de acordo com Zahily, o uso de fertilizantes e o descarte de resíduos da indústria são alguns dos fatores que influenciam diretamente na qualidade do solo. "Isso tudo pode afetar a saúde do homem, caso os níveis de metais estejam muito altos. Na caatinga, que é um solo teoricamente natural, majoritariamente não encontramos problemas", declara.


G1

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