Publicada em 03/04/2016 às 12h34.
Mais um reajuste: remédios 12,5% mais caros em 2016
A autorização permite que laboratórios repassem aumento maior que a inflação do período.

A Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) autorizou ontem o novo aumento dos remédios, que agora podem subir até 12,5% neste ano. O índice mais que dobrou em relação a 2015 e, pela primeira vez nos últimos dez anos, é maior que a inflação. O reajuste já era esperado pela indústria farmacêutica, mas pegou muitos consumidores de surpresa. Afinal, no ano passado, ficou em 6%. Em 2014, foi ainda menor: 3,35%.

 


Questionado sobre o motivo de uma alta tão forte, o Ministério da Saúde explicou que o percentual é calculado com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que chegou a dois dígitos em 2015 e já bate 10,36%. O cálculo ainda levou em consideração fatores relacionados à concorrência de mercado, custo de produção e produtividade da indústria farmacêutica, que diminuiu no ano passado segundo a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma).

 


A queda na produtividade farmacêutica teria sido motivada principalmente pelas altas da energia elétrica e do dólar e não deve ser compensada com o aumento aprovado pelo governo, acredita a Interfarma. A associação argumenta que, por ter ficado abaixo da inflação nos últimos dez anos, mesmo alto, o reajuste continua abaixo do IPCA acumulado: desde 2007, a inflação calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) subiu 79,3%, já os reajustes do CMED ficaram em 61,2%.

 


Para o consumidor, no entanto, o baque é grande. Um refil de insulina, por exemplo, pode subir de R$ 102,70 para R$ 115,53 no Grande Recife. Já os tradicionais analgésicos podem passar a custar mais de R$ 4 e um remédio para dores vai chegar perto dos R$ 11 se receber os 12,5% de reajuste. Esses novos valores, contudo, ainda podem estar fora das prateleiras. Segundo a indústria farmacêutica, o aumento só deve passar a vigorar na próxima reposição de estoque, o que pode acontecer em até três meses.

 

 

O Ministério da Saúde disse também que o reajuste pode ficar abaixo do teto de 12,5%, já que a indústria costuma apostar em descontos para superar a concorrência. A Interfarma reconheceu a prática e informou que os abatimentos chegam a 72% nos genéricos e a 16% nos remédios de referência.

 

 

 

Folha PE

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