Ao voltar para o Santa Cruz, Grafite provou dentro de campo que não era apenas um produto de marketing. Quando desembarcou no Arruda de helicóptero, em julho do ano passado, para ser apresentado - tinha 36 anos, hoje, 37 -, a idade avançava levantava dúvidas.Os gols do atacante, porém, fizeram com que voltasse a cair nas graças da torcida, reafirmando o posto de ídolo. Satisfeita, a diretoria entrou em campo para renovar o contrato, que agora vai até o final de 2017. E, para isso, vai fazer o maior investimento da história do clube em um único atleta.
Grafite negociou a permanência por mais uma temporada no Santa Cruz por pouco mais de um mês. Desde o começo do ano, perguntava-se no Arruda se ele renovaria - o vínculo atual se encerraria no dia 31 de julho. A diretoria agiu com cautela e, quando começou a tratar do assunto com Grafite, viu que tinha de pagar, principalmente, as luvas prometidas no primeiro acordo. Para sanar as despesas, chegou a contar com a ajuda de conselheiros.
No novo contrato, que se estende de agosto - o atual se encerra em julho, repita-se -, até dezembro de 2017, o Santa Cruz deve desembolsar mais de R$ 4 milhões neste período de 17 meses. Entre salários, premiações e luvas, Grafite deve levar algo em torno de R$ 250 mil mensais. Vale dizer que as cifras não são confirmadas oficialmente pelo clube. Uma cláusula de confidencialidade impede exposição de qualquer valor acertado com jogadores profissionais.
Este é, seguramente, o maior investimento feito pelo Santa Cruz na história, por um jogador. Há alguns anos, o maior salário pago pelo clube, a partir do Plano Real, instaurado em 1994, foi ao meia Iranildo, em 2004. Ele recebia R$ 40 mil mensais.
A forma de pagamento aparece de forma sóbria nos planos do Santa Cruz. Para o clube, o desafio é aumentar a quantidade de sócios - de acordo com o site oficial do clube, hoje são 12.089 titulares adimplentes. Até o fim do ano, o presidente Alírio Moraes almeja 30 mil, que podem ser impulsionados por uma boa campanha do clube na Série A.
A saúde financeira do Santa Cruz é melhor do que anos atrás. A cota de TV, que aumentou com a participação do clube na Série A, e também o patrocínio master - estima-se que a MRV deposita cerca de R$ 7 milhões no clube - são usados para o pagamento do salário do camisa 23. Em campo, com 14 gols, artilheiro da equipe e da Série A, com seis bolas na rede, o investimento está dando certo.
Globo Esporte