Publicada em 19/03/2024 às 07h08.
Lula critica uso da religião na política e chama Bolsonaro de 'covardão'
Declaração foi dada em reunião ministerial nesta segunda, dia 18


Lula critica uso da religião na política e chama Bolsonaro de 'covardão' / Foto: Getty.


O presidente Lula (PT) afirmou nesta segunda-feira (18) que agora se tem certeza sobre o que antes se falava como "insinuação" em um golpe contra a democracia brasileira. Segundo ele, o Brasil viveu um sério risco de uma ruptura democrática em 2022.


Em fala na abertura de reunião ministerial no Palácio do Planalto, Lula também chamou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de "covardão" por não ter levado adiante seus planos golpistas e acrescentou que só não houve golpe porque "algumas pessoas que estavam no comando das Forças Armadas" não quiseram seguir por esse caminho.


Na mesma fala, Lula criticou a tentativa de uso da religião na política, como enalteceu semanas atrás a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro em discurso na avenida Paulista. O discurso de Michelle é apontado por especialistas como um aceno para a supremacia cristã e uma ameaça para a laicidade do Estado.


"[As pessoas querem] um país em que a religião não seja instrumentalizada como instrumento político, de um partido político ou de um governo", afirmou Lula.


"Que a fé seja exercitada na mais plena liberdade das pessoas que queiram exercê-la. A gente não pode compreender a religião sendo manipulada da forma vil e baixa como está sendo nesse país. Então democracia é a gente tentar que esse país volte à normalidade."


Na semana passada, a divulgação de 27 depoimentos dados por militares, políticos e ex-assessores de Bolsonaro reforçou a suspeita investigada pela Polícia Federal sobre a atuação do ex-presidente no comando de uma trama no final de 2022 para mantê-lo no poder e evitar a posse de Lula.


Duas figuras-chave, os então comandantes do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, Carlos Baptista Júnior, fizeram afirmações à PF que implicam não só Bolsonaro, mas também seu ministro da Defesa, o general Paulo Sérgio Nogueira, e o então comandante da Marinha, o almirante Almir Garnier Santos.


Os depoimentos dos dois comandantes trazem mais detalhes de reuniões e pressões que apontam para uma discussão na alta cúpula da gestão Bolsonaro para a adoção de medidas de exceção que incluiriam a prisão de autoridades, como o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes.


Sobre isso, Lula afirmou nesta segunda-feira: "Hoje a gente tem clareza por depoimentos de gente que fazia parte do governo dele, ou que estava no comando inclusive das Forças Armadas, de gente que foi convidado pelo presidente para fazer um golpe".


"Como não deu certo, eles agora estão dizendo que estamos ferindo a democracia, que eles são inocentes, que eles apenas fizeram discussões mas que não houve nada de concreto. Mas sabemos que houve tentativa de golpe nesse país."


"Quem tinha dúvida agora pode ter certeza que por pouco a gente não voltou aos tempos tenebrosos desse país", completou.


Bolsonaro já foi condenado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral, por exemplo, e é alvo de diferentes outras investigações no STF. Neste momento, ele está inelegível ao menos até 2030.


Caso seja processado e condenado pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de Direito e associação criminosa, o ex-presidente poderá pegar uma pena de até 23 anos de prisão e ficar inelegível por mais de 30 anos.



FONTE: AGÊNCIA BRASIL.



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