Foto meramente ilustrativa / Foto: Divulgação.
Após
a confirmação da primeira morte por febre amarela em 2024, o Ministério da
Saúde (MS) emitiu no domingo, 28, um alerta para intensificar ações de
vigilância e imunização nas áreas com transmissão ativa do vírus.
A
secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (SVSA/MS),
Ethel Maciel, ressaltou que a febre amarela é uma doença facilmente evitável
por meio da vacinação, que está disponível gratuitamente no Sistema Único de
Saúde (SUS) para todas as faixas etárias.
"As
campanhas antivacina, além de prejudicarem o combate à covid-19, também
impactaram negativamente na cobertura vacinal contra a febre amarela, a qual
está abaixo do recomendado. Portanto, é crucial que toda a população esteja com
a vacinação em dia", afirmou Ethel em comunicado do MS.
A
febre amarela é uma doença com alto índice de letalidade. Nos últimos seis
meses, quatro casos foram registrados no país, sendo um em Roraima, um no
Amazonas e dois no estado de São Paulo, resultando em três óbitos.
Os
dois casos mais recentes incluem o falecimento de um homem de 50 anos,
residente da região entre Águas de Lindóia e Monte Sião, na divisa de São Paulo
e Minas Gerais, ocorrido na última sexta-feira, 26. Além dele, um homem de 28
anos, no município de Serra Grande, também foi diagnosticado com a doença, mas
já se encontra recuperado.
Embora
a febre amarela seja endêmica na região amazônica, ocasionalmente o vírus
ressurge em áreas fora dessa região. Sua ocorrência é sazonal, com a maioria
dos casos ocorrendo entre dezembro e maio. Os surtos são desencadeados quando o
vírus encontra condições propícias para transmissão, como altas temperaturas,
baixa cobertura vacinal e alta densidade de vetores e hospedeiros.
O
Ministério da Saúde recomenda que as equipes de vigilância e imunização
intensifiquem as ações nas áreas afetadas, ampliando-as para os municípios
vizinhos, notifiquem a ocorrência de adoecimento ou morte de macacos e estejam
atentas aos sintomas de febre leve e moderada em pessoas não vacinadas.
A
preocupação é de que comece uma nova onda de transmissão, principalmente por
que o principal vetor da doença é o Aedes aegypti, o mesmo mosquito que
transmite a dengue.
Quanto
à vacinação, o órgão recomendou a busca ativa de pessoas não vacinadas nas
áreas afetadas. Para apoiar as ações, a pasta disponibilizou 150 mil doses
extras da vacina contra a febre amarela para o estado de São Paulo na
sexta-feira, 27, e recomendou o acesso livre à vacinação nas unidades de saúde,
sem necessidade de agendamento prévio.
Como
é a transmissão?
De
maneira geral, a transmissão da doença atualmente ocorre apenas por mosquitos
silvestres, que vivem em zonas de mata. Ao Estadão, Regiane de Paula,
coordenadora da Vigilância em Saúde (CCD/SES-SP), recomendou que todas as
pessoas que planejam viajar para zona da mata, ou seja, "ir para
acampamentos, trilhas e cachoeiras", sejam vacinadas o quanto antes.
No
ciclo urbano, a febre amarela também pode ser transmitida pelo mosquito Aedes
aegypti, o mesmo que transmite a dengue, mas casos desse tipo não são
registrados no País desde 1942.
Quais
os sintomas da febre amarela?
De
acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas iniciais da doença são: febre de
início súbito, calafrios, dores na cabeça, nas costas e no corpo em geral, além
de enjoo, vômito e fraqueza.
Via
de regra, as pessoas melhoram após esses sintomas, mas 15% ficam cerca de um
dia sem sintomas e, depois, evoluem para quadros mais graves. Por isso, é
importante ter um acompanhamento médico.
A
febre amarela é grave?
Pode
ser. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 20 a 50% das pessoas que
desenvolvem febre amarela grave podem morrer. Por isso, assim que surgirem os
primeiros sinais e sintomas, é fundamental buscar ajuda médica.
Qual
é o tratamento?
O tratamento é apenas em relação aos sintomas, que deve ser realizado com orientação médica. Por isso, a principal medida de proteção contra a febre amarela é a vacinação.
FONTE: CNN BRASIL.