RS faz alerta para onda de frio, temporais e inundações / Foto: Redes Sociais.
Com a previsão de "temporais
generalizados", risco de descarga elétrica, ventos de até 100 km/h,
granizo e uma queda acentuada na temperatura sequência, o Rio Grande do Sul
está em alerta para uma piora ainda maior na crise climática e humanitária que
afeta ao menos 401 dos 497 municípios gaúchos. O Governo do Estado alertou que
não é o momento para voltar às áreas mais afetadas no Vale do Taquari e na
Serra Gaúcha, mesmo onde a água baixou, pois há alto risco de novas enchentes e
deslizamentos nos próximos dias, especialmente a partir de sexta-feira, 10.
"Será um momento
difícil", resumiu o governador Eduardo Leite (PSDB) em coletiva de
imprensa na tarde desta terça-feira, 7. "(A previsão é que serão) Chuvas
fortes nas cidades em que as pessoas estão voltando, fazendo buscas e visitando
locais atingidos. Nós precisamos que tenham um pouco mais de paciência e evitem
essas localidades. Não será a hora de voltar para casa e estar nos locais que
foram atingidos", salientou. "Vamos fazer novos alertas durante a
semana."
Além de retorno ou piora na
enchente e deslizamentos, a onda de frio e o retorno da chuva também têm gerado
preocupação entre as autoridades pela situação das pessoas que ainda aguardam
resgate. Esse receio envolve especialmente aquelas que estão na água ou
desalojadas, inclusive dormindo ao relento.
Nas próximas horas, a atenção
estará voltada especialmente à região sul, que está no caminho do escoamento
das águas da grande Porto Alegre e já enfrenta aumento no nível da Lagoa dos
Patos. Em Pelotas, por exemplo, a Prefeitura determinou a evacuação de seis
localidades. Embora generalizados, os temporais devem afetar especialmente as
regiões norte, oeste e da campanha (na fronteira).
Ainda há moradores no aguardo
de resgate em diversos locais, como em Eldorado do Sul - município da Grande
Porto que ficou quase totalmente submerso com a enchente - e em bairros da zona
norte porto-alegrense, como Humaitá e Vila Farrapos. "É um estado de
guerra", descreveu o vice-prefeito da capital gaúcha, Ricardo Gomes.
Mais de 1,4 milhão de pessoas
foram afetadas pelo maior desastre natural do Estado. Além do pedido por
cobertores, há grande escassez de água potável em diversos municípios - diante
do colapso das redes de fornecimento no Estado, desabastecimento dos comércios
e bloqueios nas estradas -, assim como de mantimentos e outros itens de
necessidade.
Nesta terça, o prefeito de
Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), fez um apelo nas redes sociais e em
coletiva de imprensa pela doação de cobertores aos atingidos pelas enchentes. A
cidade está com cerca de 10 mil pessoas em cerca de 100 abrigos - parte delas
vindas de municípios vizinhos, como Guaíba e Eldorado do Sul. "Chove
amanhã e tem frente fria em seguida. Então, eu quero fazer aqui um apelo
enorme. A dor não tem fronteira", declarou pela tarde.
A formação de um ciclone
extratropical na costa da Argentina vai influenciar na situação do Estado,
embora se desloque rapidamente para o oceano e não passe pelo território
gaúcho. A máxima na capital gaúcha está próxima dos 30ºC nesta terça-feira, 7.
A previsão da Sala de Situação do Governo é que a mínima do Estado chegue a até
5ºC por volta de quinta-feira, 9.
No centro histórico, a
enchente em Porto Alegre está em estabilização desde o domingo, com o Guaíba em
cerca de 5,25 m, com a perspectiva de redução lenta caso as novas chuvas não
impactem a cidade. O máximo alcançado foi de 5,35 m, enquanto a cota de
inundação é de 3 m. Segundo pesquisadores, a inundação deve persistir por ao
menos mais de 10 dias na capital gaúcha.
O Instituto Nacional de
Meteorologia (Inmet) colocou a parte sul do Estado em grande perigo para
tempestade nas próximas 24 horas. Essa região abrange cidades como Pelotas,
Bagé e Rio Grande, principalmente o entorno da Lagoa dos Patos, que está em
elevação. "Chuva superior a 60 mm/h ou maior que 100 mm/dia, ventos
superiores a 100 km/h e queda de granizo. Grande risco de danos em edificações,
corte de energia elétrica, estragos em plantações, queda de árvores,
alagamentos e transtornos no transporte rodoviário", diz alerta do
instituto.
Já parte dos municípios da região da fronteira, central, sudeste e sudoeste (como Alegrete) está com alerta de perigo para tempestades. "Chuva entre 30 e 60 mm/h ou 50 e 100 mm/dia, ventos intensos (60-100 km/h), e queda de granizo. Risco de corte de energia elétrica, estragos em plantações, queda de árvores e de alagamentos", diz o comunicado do Inmet.
FONTE: NOTÍCIAS AO MINUTO.