Publicada em 07/06/2024 às 10h17.
Violência contra idosos tem aumento de quase 50 mil casos em 2023
A pesquisa analisou as denúncias de agressões documentadas contra idosos no banco de dados do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania entre 2020 e 2023

Imagem meramente ilustrativa / Divulgação.   


Os filhos são maioria dos suspeitos em casos declarados de violência contra idosos. Os registros aumentaram de quase 48% em 2020 para mais de 56% em 2023. O dado faz parte de um artigo escrito por pesquisadoras da Universidade Federal Fluminense e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.


A pesquisa analisou as denúncias de agressões documentadas contra idosos no banco de dados do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania entre 2020 e 2023. A violência a idosos no país teve um aumento de quase 50 mil casos em 2023, quando comparado com 2022.


Das mais de 400 mil denúncias, cerca de 220 mil ocorreram no Sudeste, o que representa 53% dos casos entre 2020 e 2023.


Já as denúncias de violência envolvendo idosos que estão na faixa etária de 80 anos ou mais, atingiram o seu máximo em 2023, com 34% dos casos.


A violência contra a mulher idosa teve o maior número de denúncias notificadas, com 67% dos casos registrados somente em 2022.


A falta de informação sobre os dados da vítima, ou seja, casos não declarados, foi um dos problemas encontrados no estudo. O maior número deles foi em 2023, quando chegou a 73% dos registros. 


Casos não declarados são aqueles em que faltam dados como a idade e a renda, por exemplo. Quando isso acontece, a denúncia fica restrita aos fatos e não pode ser analisada de forma socioeconômica. 


A professora da escola de Enfermagem da Universidade Federal Fluminense e do Programa Acadêmico em Ciências do Cuidado, Alessandra Camacho, alerta que a apuração detalhada das ocorrências ajuda no direcionamento dos investimentos governamentais. 


“Os dados presentes são importantes para dar uma atenção através das políticas públicas voltadas principalmente para o acolhimento do idoso vítima de violência”. 


Alessandra Camacho, também afirma que o menor registro de violência contra os idosos de maior escolaridade e renda nem sempre reflete a realidade.


“Quando a gente fala de escolaridade elevada, a questão de renda, também não é um fator protetivo contra violência. Existem situações de subnotificação do idoso com grau de instrução e renda elevados, que podem se sentir constrangidos em fazer denúncias, e podem acabar não buscando acolhimento para essa situação. É preciso cuidado para que a gente não faça suposições equivocadas”.


A UFF lançou, em parceria a UERJ uma cartilha informativa e educativa sobre violência contra idosos, com legislação brasileira sobre o assunto e os tipos de violência. O conteúdo pode ser acessado no site ducapes.capes.gov.br digitando no buscador: Cartilha Violência contra idosos.



FONTE: NOTÍCIAS AO MINUTO.




      

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