Ex-policial Ronnie foi transferido para penitenciária de Tremembé em SP / Foto: g1.
O ex-policial militar Ronnie Lessa, foi transferido na manhã desta quinta-feira (20), da Penitenciária Federal de Campo Grande, para a Penitenciária 1 "Dr. Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra", um presídio de segurança máxima, no interior de São Paulo. Lessa está preso desde 2019 por participar da execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. A transferência foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após um pedido da defesa de Lessa.
Ronnie vai embarcar num voo fretado na Base Aérea de Campo Grande / TV M.
Lessa saiu do presídio federal escoltado por viaturas da Polícia Penal Federal e vai deixar Campo Grande em um voo fretado da Força Aérea Brasileira (FAB).
Condenado, Ronnie Lessa confessou que assassinou Marielle e apontou os mandantes do crime durante depoimento de delação premiada em 2023.
Comboio com policiais penais deixa presídio de Campo Grande com Lessa / g1.
Argumento
da defesa
De acordo com a defesa do ex-policial militar, ao ser transferido para São Paulo, Lessa ficará mais próximo da família. A transferência de Lessa para Tremembé foi previamente acordada com o governador de SP, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Conforme
apurado pela TV Globo, a decisão
de transferir Ronnie Lessa para Tremembé está na contramão do posicionamento do
secretário de Administração Penitenciária de São Paulo, Marcelo Streifinger. Em
manifestação anexada ao processo, ele disse que o presídio não comporta Lessa,
devido à superlotação do local.
O ex-policial ficará em uma cela individual, sem contato com outros presos.
Penitenciária 1
Penitenciária Dr. Tarcizio Leonce Pinheiro Cintra , a P1 de Tremembé / Foto:g1.
A
P1 de Tremembé é considerada um presídio de segurança máxima no Vale do
Paraíba, sendo a única penitenciária masculina nesse perfil.
O
local atualmente está superlotado, segundo os números da Secretaria de
Administração Penitenciária (SAP). A unidade tem capacidade para abrigar 1.491
detentos, mas está superlotada: atualmente 2.171 presos cumprem pena no local
-- 680 a mais do que o limite.
Ao todo, a penitenciária conta com seis pavilhões e possui bloqueador de celular. No local, os presos têm quatro refeições ao dia, além do banho de sol.
Em seu acordo de delação que foi base das investigações, Lessa contou como o crime foi orquestrado e entregou o nome dos mandantes, o que resultou na prisão dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão e do delegado Rivaldo Barbosa.
Segundo Lessa, os Brazão ofereceram como pagamento um loteamento clandestino na Zona Oeste do Rio, avaliado em mais de 20 milhões de dólares.
FONTE: G1.