Operação Fetta, realizada em Pernambuco e Bahia / Foto: PCPE.
Presidente do Legislativo Municipal de
Ipojuca, no Grande Recife, o vereador Deoclécio Lira (REP) foi afastado da
Câmara por suspeita de liderar um esquema de "rachadinhas".
Ele
é um dos alvos da Operação Fetta, deflagrada, nesta terça-feira (5), em
Pernambuco e na Bahia.
Além
dele, outros 13 comissionados do gabinete do parlamentar foram retirados de
seus cargos.
Cumpridos
pela Polícia Civil pernambucana, foram realizados, ao todo, 23 mandados de
busca e apreensão, expedidos pela Comarca de Ipojuca.
O Diario de Pernambuco apurou que,
com Deoclécio, participavam do esquema o filho dele, Igor Lira, e Josenildo
Júnior, secretário-geral da câmara de vereadores.
Reeleito
nas Eleições Municipais de 2024, o vereador está no comando da transição de
Governo em Ipojuca.
A
operação cumpriu mandados em endereços ligados a Deoclécio, em Ipojuca, no
Cabo de Santo Agostinho, no Recife, em Jaboatão dos Guararapes, além de
Juazeiro, na Bahia.
Operação
A
operação foi realizada pela Diretoria Integrada Especializada (Diresp), sob a
presidência do Delegado Breno Maia, Titular da 1ª Delegacia de Combate à
Corrupção (1ª Deccor), unidade integrante do Departamento de Repressão à
Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco).
Iniciada
em janeiro de 2023, a investigação teve como alvos os crimes de peculato e
lavagem de dinheiro.
Segundo
o delegado Paulo Furtado, da Dracco, a investigação começou após receberem a
informação de que um vereador estaria envolvido em um esquema de rachadinha. A
partir de então, ficou “devidamente demonstrado que ele contratava assessores e
solicitava que eles passassem parte dos valores recebidos”.
O
delegado explica que esses valores eram desviados para pessoas jurídicas,
“visando a lavagem de dinheiro”. Na operação foram encontradas munições,
dinheiro (de total não informado pela Polícia) e documentos, dispositivos
informáticos e celulares. Tudo foi levado para a sede do Dracco, na capital
pernambucana.
Participaram
150 pessoas, incluindo delegados, agentes e escrivães.
As
investigações foram assessoradas pela Diretoria de Inteligência da Polícia
Civil de Pernambuco, contando, ainda, com o apoio operacional do Comando de
Operações e Recursos Especiais (Core).
O
Crime
Segundo
o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), o crime de peculato é
caracterizado pela apropriação efetuada por um funcionário público de dinheiro,
valor ou qualquer outro móvel, público ou particular, de que tem a posse em
razão do cargo. Ou, desviá-lo, em proveito próprio ou alheio.
Para
este crime, a pena prevista é de reclusão, de 2 a 12 anos, e multa, segundo os
artigos 312 e 313 do Código Penal.
Já para o crime de lavagem de dinheiro, conforme a Lei nº 9.613 de 1998, é o ato de ocultar ou dissimular a origem ilícita de bens ou valores que sejam frutos de crimes. A pena é de reclusão de três a 10 anos, e multa.
FONTE: DIARIO DE PERNAMBUCO.