Publicada em 10/07/2016 às 12h31.
IBGE: Feijão foi o grande vilão da inflação em junho no Brasil
IPCA de junho ficou em 0,35%, ante 0,78% do mês de maio. No ano, taxa é de 4,42%.

Custando mais de R$ 10 reais em muitos mercados brasileiros, o feijão foi o grande vilão da inflação em junho. Só o carioca ficou 41,78% mais caro. Já o mulatinho subiu 34,15%. A alta foi tão grande que limitou a queda do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa caiu de 0,78% para 0,35% entre maio e junho. O índice, no entanto, poderia ser bem menor não fosse o feijão; pois, sozinho, este alimento representou 31% da alta de preços do mês passado.

“A inflação está muito concentrada no feijão porque este alimento pesa muito na cesta de consumo do brasileiro e teve uma alta muito grande nos últimos meses”, explicou a economista Amanda Aires, da Faculdade Boa Viagem (FBV). “Só o feijão teve um peso de 0,11 ponto percentual na inflação de junho”, revelou a gerente de pesquisa do IBGE, Irene Maria Machado, contando que o leite também influenciou o IPCA do mês passado. A bebida teve uma variação de 10,46%, atrás somente dos feijões carioca e mulatinho.

“O grupo de alimentos veio até um pouco mais baixo, porque itens como cebola, cenoura e tomate ficaram mais baratos. Mesmo assim, representam 60% da inflação por causa do feijão e do leite. Juntos, esses itens contribuíram com 0,21 ponto percentual”, contou Machado, dizendo que, caso este setor fosse excluído do cálculo, a inflação teria ficado em 0,22% em junho. Ela lembrou que o feijão subiu de preço por causa das condições climáticas que quebraram a safra.

Ainda segundo a gerente do IBGE, a inflação caiu entre maio e junho porque sentiu menos o impacto dos preços administrados. “As taxas de água, esgoto, energia já tiveram reajuste no início do ano. Com isso, o grupo habitação caiu de 1,79% para 0,63%. O setor Transportes também caiu porque as passagens de ônibus já foram reajustadas. E saúde teve um resultado menor porque a maior parte do aumento dos remédios já foi aplicada”, explicou, dizendo que, no Recife, ainda contribuiu para a desaceleração da inflação o barateamento das refeições fora de casa. O item caiu 1,37% no mês passado por conta da queda na demanda. Com isso, a inflação variou 0,32% na capital pernambucana, abaixo da média nacional.

Acumulado


Após variar 0,35% em junho, a inflação acumulou alta de 4,42% no primeiro semestre deste ano e de 8,84% nos últimos doze meses no Brasil. Os índices são inferiores aos registrados no mesmo período do ano passado e, segundo especialistas, devem cair ainda mais neste segundo semestre. “O segundo semestre costuma ser melhor porque a maior parte dos preços administrados é reajustada no início do ano. Além disso, há a expectativa de que a economia comece a se recuperar”, disse Amanda Aires.


A economista lembrou que, no primeiro semestre, a inflação desacelerou por um motivo negativo: a crise econômica. “A taxa reflete o desaquecimento da economia porque as pessoas não estão comprando e, por isso, os preços caem”.

Resumo


A inflação registrada pelo IBGE no mês de junho foi de queda, se comparado ao índice registrado no mês anterior. Entretanto, o vilão do mês já era esperado: o feijão. E mesmo a taxa estando em queda, ela não foi ainda maior justamente pela alta de preços do grão, impactado pelas condições climáticas.

 

FolhadePE

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