Publicada em 11/07/2016 às 10h09.
Operação Lava Jato ainda deixa rastro em empresas do Estado
Empresas atingidas ainda não conseguiram reverter as perdas, que afetaram vários setores produtivos.

Os desdobramentos da Operação Lava Jato não ficaram apenas no campo político. Na economia, os impactos também foram grandes. Os empresários pernambucanos sa­bem disso, sobretudo os que oferecem suporte à construção civil. Com a paralisação das obras ligadas à Petrobras, como as da Refinaria Abreu e Lima, eles perderam dezenas de contratos. O baque derrubou em mais de 40% as atividades do segmento e até hoje não foi revertido. Prova disso é o grande número de empresas que estão em recuperação judicial ou de portas fechadas. Só no setor de locação de máquinas, 30% das principais companhias encerraram as atividades em Pernambuco.


“Boa parte das construtoras que executavam as principais obras do Estado estavam envolvidas na Operação Lava-Jato. Com isso, grandes obras públicas não foram concluídas. Foi uma interrupção brusca que paralisou a nossa demanda”, explicou o presidente do Sindicato de Empresas Locadoras de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas de Pernambuco (Sindileq-PE), João Carvalho, admitindo que o escândalo pegou todos de surpresa. “Foi uma desmobilização tão rápida que muitas empresas abandonaram as obras sem pagar o que estavam devendo”, acrescentou Alexandre Valença, presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado de Pernambuco (Simmepe).


A Aluteq Equipamentos, por exemplo, fornecia equipamentos para a construção da Refinaria Abreu e Lima, viu o faturamento cair pela metade desde que as investigações do Petrolão eclodiram, em 2014. “Com a freada nas obras, o mercado praticamente parou porque nós fornecemos máquinas para a construção e tanto a Petrobras quanto as construtoras envolvidas na operação”, admitiu o diretor da Alutec, Claudio Chaud. “Hoje, demandamos apenas 50% do que demandávamos em 2014. Com isso, o faturamento e o efetivo também caíram pela metade”, revelou.


Segundo o Sindileq, o ba­que sentido pela Alutec atingiu todo o setor de locação de equipamentos, chegando a 70% em algumas empresas. “A demanda equivale ao que tínhamos há 10 ou 12 anos atrás. O prejuízo é enorme, porque nós havíamos investido em máquinas milionárias para atender a demanda da Petrobras; mas, de repente, essa demanda parou”, desabafou Carvalho. Ele ainda disse que o problema persiste mesmo dois anos depois do início das investigações da Polícia Federal. Afinal, como lembrou Valença, o baque da Lava Jato ainda foi agravado pela crise econômica de 2015. “As empresas, públicas ou privadas, continuam sem contratar nada”, explicou, dizendo que por conta disso, as atividades do setor metalmecânico caíram 40% desde 2014.


E é por isso que tantas empresas desses segmentos fecharam as portas em Pernambuco. Entre as principais associadas do Sindileq, 30% pararam de operar. Já no Simmepe, pelo menos 15 apresentaram problemas financeiros. Até grandes companhias nacionais encerraram suas filiais no Estado e ainda há as que estão em recuperação judicial”, revelou Valença. “Eram empresas que estavam em franca expansão há apenas dois anos. Muitas haviam sido abertas justamente para atender a demanda da Petrobras”, lamentou Carvalho.

 

FolhadePE

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