Publicada em 14/07/2016 às 09h30.
App registra mais de 250 tiroteios no RJ em 7 dias; média é de 1,5 por hora
A média é de pouco mais de 1,5 tiroteio por hora.

A iniciativa de alertar os moradores do Rio de Janeiro sobre tiroteios que ocorrem diariamente e assustam a população tem tido boa audiência. Lançado há oito dias, o aplicativo Fogo Cruzado mapeia, em tempo real, os locais onde estão acontecendo disparos de armas de fogo na Região Metropolitana do Rio. Somente nesse tempo, foram feitos 15 mil downloads.



O primeiro relatório, divulgado nesta última quarta-feira,  mostrou que, em apenas sete dias, 265 notificações de tiroteios foram enviadas para a ferramenta. A média é de pouco mais de 1,5 tiroteio por hora. Desses confrontos, 24 tiveram vítimas fatais e, em 20, pessoas ficaram feridas. Também foram registrados 50 confrontos decorrentes de operação policial.


A região da cidade com o maior número de registros foi o Conjunto de Favelas do Alemão, na Zona Norte do Rio. Já na Baixada Fluminense, a cidade de São João de Meriti foi o local que mais cadastrou registros de violência.


Relatório mostra números de ocorrências em 7 dias (Foto: Reprodução)
Relatório mostra números de ocorrências em 7 dias
(Foto: Reprodução)

Nos três primeiros dias, o aplicativo recebeu 258 notificações. Destas, 28% foram descartadas por serem notificações repetidas, de testes dos usuários ou entradas de outros estados.


A ideia de criar o aplicativo foi da jornalista e especialista em Segurança Pública Cecília Olliveira e surgiu a partir da curiosidade de contar a quantidade de tiroteios que acontecem todos os dias.



“No ano passado eu estava buscando informações sobre feridos por bala perdida e incidência de tiroteios na cidade e não encontrei, mas me deparei com uma informação do Voz da Comunidade que dizia muito: ‘estamos há 100 dias sem paz’. Isso me despertou a ideia de começar a contar os tiroteios - acompanhando via imprensa, boletins da PM que estão disponíveis no site e alguns amigos/coletivos espalhados pela cidade - em uma planilha mesmo. Percebi que a realidade era bem maior do que imaginava e procurei a Anistia para propor o projeto, que foi aceito", disse Cecília Olliveira, pesquisadora e gestora de dados do Fogo Cruzado.


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Gráfico mostra áreas que tiveram maior número de notificações (Foto: Reprodução)
Gráfico mostra áreas que tiveram maior número de notificações
(Foto: Reprodução)


Ferramenta colaborativa


O aplicativo funciona de maneira colaborativa e recebe notificações de usuários, mas também tem informações baseadas em dados da Polícia Militar, que ficam disponíveis no site da instituição, e nas divulgações da imprensa. No site do aplicativo, é possível fazer uma filtragem e visualizar as notificações de acordo com as fontes.



De acordo com a gestora de dados do aplicativo, serão feitos relatórios para mostrar o aumento ou não dos confrontos semanalmente, mensalmente e trimestralmente. Os dados estarão disponíveis na aba “Relatórios” do site e do aplicativo.



“Vale pontuar que nem tudo o que é notificado é um confronto, uma vez que também somos notificados acerca de disparos de arma de fogo”, explicou Cecília.


O aplicativo pretende ajudar a aprofundar o debate sobre segurança pública no Rio de Janeiro e permitir que a população dos bairros mais afetados pelos confrontos se manifeste de forma segura.

 

 

 

G1

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