Publicada em 16/07/2016 às 08h43.
MPPE abre inquérito para investigar ocupação irregular em Ipojuca
Município de Ipojuca tem até 90 dias para apresentar cronograma de ações.

Diante de denúncias de derramamento de óleo, despejo de resíduos sólidos, escoamento de esgoto in natura e realização de pesca predatória com a utilização de bombas no Pontal de Maracaípe, em Ipojuca, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) abriu um inquérito civil para investigar os danos ambientais causados no local. O órgão também recomendou ao município a criação de um Parque Natural Municipal, para proteger a área de estuário da população de cavalos-marinhos e outras espécies e evitar a ocupação irregular da área.



Durante uma reunião na Promotoria de Justiça de Ipojuca em janeiro, integrantes da Associação de Jangadeiros de Maracaípe, responsáveis pelos passeios turísticos para visualizar cavalos-marinhos no Pontal, relataram um conflito em relação à instalação de uma propriedade privada na área de manguezal. De acordo com os trabalhadores, o dono da propriedade chegou a ameaçá-los com uma arma de fogo, alegando a preservação de direito de posse do terreno.



Após a denúncia, o MPPE decidiu investigar possíveis ocupações irregulares e danos ambientais na área, uma vez que também há denúncias de descarte irregular de resíduos e derramamento de óleo na área do mangue, o que pode prejudicar a biodiversidade local. Relatórios técnico-ambientais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) também indicaram que o manuseio impróprio dos cavalos-marinhos pode causar riscos à população da espécie.

Além da ocupação desordenada, capaz de colocar em risco o ecossistema do estuário, o inquérito ainda busca apurar as denúncias de utilização de embarcações a motor na região do manguezal. Depois da determinação, a Prefeitura de Ipojuca deve apresentar ao órgão público um cronograma de execução da política municipal ambiental. O município tem até 90 dias para responder à demanda.


Parque Natural Municipal


Através da recomendação para criar o Parque Natural Municipal, o MPPE também busca intensificar a fiscalização ambiental e incentivar a realização de um estudo prévio para autorizar ou proibir a construção e funcionamento de bares e restaurantes na área.


Sediado em Porto de Galinhas, o Projeto Hipocampus - responsável por desenvolver pesquisas científicas sobre os cavalos-marinhos -  também alertou sobre o risco do ecossistema da região e se colocou à disposição para preservar e aumentar a população da espécie no estuário de Maracaípe.

Procurada pelo site, a assessoria de comunicação da Prefeitura de Ipojuca informou que a administração está inteiramente de acordo com as recomendações do MPPE e afirmou que já iniciou os estudos necessários para a implantação das medidas recomendadas. O órgão, no entanto, não informou se há ações em curso para evitar a contaminação do habitat das espécies marinhas.

A reportagem ainda buscou contato com a promotora de Justiça Bianca Stella Azevedo Barroso, responsável pelo inquérito civil e pela recomendação de criação do equipamento público em Ipojuca, mas também não obteve retorno.

 

 

 

G1

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