Quatro dias antes da eleição uma bomba estourou no Clube Náutico Capibaribe. O empresário do atacante Olivera, Miguel Garape, acusa o clube de falsificar a assinatura de quatro recibos que quitam um débito com o jogador uruguaio, que defendeu o Timbu em 2013, inclusive garantindo ter provas. Vai à Justiça Civil e Criminal contra os alvirrubros. Pelos timbu, o presidente Glauber Vasconcelos alega que os recibos foram assinados antes de sua gestão e, por isso, vai pedir uma perícia em toda documentação, que já se encontra na Fifa.

A história contada por Garepe é a seguinte: em novembro de 2013, Olivera foi dispensado pelo clube. No entanto a recisão do contrato, que iria até maio de 2014 não foi assinada. Isso só foi feito em janeiro, já quando Glauber Vasconcelos assumiu a gestão. A crítica de Garepe é direcionada à atual diretoria. “Fomos surpreendidos em todo o processo. Do início, com o afastamento de Olivera, onde foi impedido até de colocar os pés no CT, ainda em 2013, até a falta de comprometimento da atual gestão. Eles nos chamaram para acertar (a dívida), prometeram que iam pagar parcelado e, depois de 14 meses, não pagaram uma parcela sequer”.

Sem acordo, inclusive tendo dado cinco meses de carência para o Timbu começar a pagar, ele foi à Fifa para exigir os quatro meses anteriores à recisão – setembro, outubro, novembro e dezembro. E aí entrou a surpresa.”Quando entramos na Fifa, o Náutico apresentou um documento dizendo que o atleta tinha recebido os salários, tanto na carteira quanto na imagem. Anexaram documentos nesses proceso, com recibo supostamente assinado pelo jogador. Nosso advogado conhece a assinatura do jogador, então pedimos uma perícia grafotécnica. Constatou-se que não era a letra dele.”

O empresário não soube dizer quem teria assinado por Olivera. Também informou que o dinheiro devido nunca chegou ao bolso do jogador. “Não tenho como dizer quem é o responsável pela assinatura, só sei que esse dinheiro não foi parar no bolso do atleta. O Náutico, em todo o processo, mesmo com muito prazo, não pagou um real. Fui cinco vezes ao Recife, e ele (Glauber) se escondia, colocava o vice-presidente. Esgotamos todas as tentativas, e ainda fomos surpreendidos por essa atitude.”

Antes de ir à Fifa, Garepe ainda tentou outro tipo de acordo, que era ceder outro atleta ao clube e, com a perspectiva de negociação futura, quitar o débito com Olivera. Esse jogador foi o lateral-esquerdo Gastón Filgueira, que teve contrato renovado este ano sem a consulta do empresário.

GLAUBER

O presidente Glauber Vasconcelos afirmou que os recibos não foram assinados em sua gestão e entrou em contato com o advogado Oswaldo Cestário, que representa o Náutico nesse processo. Vai pedir uma perícia na documentação. “Não temos quitação desse período assinada por nós, até porque quando ele jogou não estávamos aqui. Ninguém nunca gerou documento, isso é uma falácia. Vamos pedir uma perícia nos documentos que estão na Fifa”, afirmou.

PONZI

O conselheiro Túlio Ponzi vai pedir uma sessão extraordinária do Conselho Deliberativo do Clube para colocar frente a frente Miguel Garepe e Glauber. “Vamos tomar as providências cabíveis, porque isso não se admite em clube nenhum do país. O que tiver de medida a ser tomada, vamos tomar”, disse.

Glauber reagiu que o conselheiro está usando o fato para fazer plataforma política. “É de causar espécie que um conselheiro vá defender a posição de um empresário contra o Náutico. Ele não defendeu os interesses do clubes, quis fazer plataforma política. O Náutico é muito maior que as pessoas e deveríamos nos unir para buscar a informação correta”, disse.

O atual mandatário também garantiu que só vai a essa sesão extraordinária se estiver munido das provas que vai tentar buscar. “Não vou lá trocar amenidades com pessoas que não estão zelando pelo clube”.

FONTE: FOLHAPE