Publicada em 14/10/2015 às 11h08.
Lojistas não vão esperar o início do próximo ano para lançar as liquidações
Lojistas vão manter ofertas agressivas para atrair o público. Comerciantes também apostam na Black Friday

Este será o fim de ano das promoções. Os lojistas não vão esperar o início do próximo ano para lançar as liquidações. As ofertas, que marcaram o calendário 2015 do varejo, vão manter-se nas vitrines e na internet. É a grande (mas não única) estratégia para atrair o consumidor num Natal que deve registrar a primeira queda nas vendas desde 2004.

No dia 27 de novembro, muita oferta já será antecipada pela Black Friday que, com origem na internet, ganha corpo a cada ano, com uma forte expansão no mundo físico.

 

A previsão da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) é que sejam movimentados neste Natal R$ 32,2 bilhões, uma queda de 4,1% em relação a 2014. Em Pernambuco, ainda não há números.Mas o economista do Instituto Fecomércio-PE Rafael Ramos confirma o que se vê nas ruas, sobretudo nas lojas de pequeno e médio porte: promoções agressivas para girar o alto volume de estoque, que custa caro aos empresários.

No Centro do Recife, dá para encontrar par de sapato de R$ 40 sendo vendido por R$ 9,99. Hoje o IBGE divulga a Pesquisa Mensal de Comércio de agosto. Até julho, o setor acumulou perda de 2,3% em 12 meses no Estado. A queda em relação a julho de 2014 foi de 7,8%.

Há um ano e meio no mercado, com duas lojas no Centrão, a Conoy, de uma família italiana, viu-se forçada a mudar de estratégia em maio. Vendendo perfume e maquiagem a preço de Natura e Boticário, percebeu que não conseguiria manter o negócio na atual conjuntura.

“Resolvemos adotar uma estratégia de liquidação permanente”, conta o gerente, Davide Novena. A Conoy agora só vende perfume a R$ 10 e maquiagem a R$ 5. Para o fim de ano, vai apostar em kits de R$ 14. O retorno agora vem do volume.

Nesta semana, a Narciso Enxovais da Rua Direita começou a organizar a loja para o fim de ano. Vai continuar com as ofertas e mudar os departamentos internos para chamar atenção de quem passa. A meta, diz a gerente, Maria Gilvanete da Silva, é recuperar a perda acumulada no ano, de 15%, frente ao mesmo período do ano anterior.

Em vez de 20 temporários, neste ano serão contratados só seis. “Se não for no grito, não se consegue resultado”, diz. Na porta da loja, um funcionário anunciava as ofertas sem parar ontem à tarde.

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