Publicada em 21/03/2017 às 10h12.
Campeã invicta do Sul-Americano, a equipe conta com uma geração repleta de talentos.

Vinícius Júnior, do Flamengo, é o nome mais badalado: aos 16 anos, atacante já desperta
interesse de gigantes do futebol do Velho Continente Foto: Divulgação
A conquista do Sul-americano Sub-17, realizado no Chile, pela Seleção Brasileira despertou uma atenção não muito comum. Os comandados de Carlos Amadeu permitiram que a torcida voltasse a usar um velho bordão do futebol, “a base vem forte”, e escancarou talentos precoces, que demonstraram ter tudo para figurar na Canarinho em um futuro próximo.
A vitória sobre os anfitriões pelo placar de 5x0 foi a maior goleada do torneio, e serviu para confirmar a superioridade dos brasileiros numa competição conquistada de forma invicta. Foram nove jogos disputados, sete vitórias e dois empates, um aproveitamento de 85% e os títulos de melhor defesa, com apenas três tentos sofridos, e melhor ataque, balançando as redes 24 vezes.
As expressivas estatísticas comprovam que o coletivo foi de fato fundamental, rendendo inúmeros elogios dos adversários. O técnico da Colômbia sub-17, Carlos Restrepo, comparou os jovens atletas aos lendários tricampeões mundiais. “São espetaculares. A melhor seleção que vi em muito tempo. Realmente me lembra os times de 1970 e 1982.
É uma geração maravilhosa, de grandes jogadores, muito talentosos. Carlos Amadeu comanda um time que me parece que vai renovar a Seleção Brasileira no futuro”.
Sem dúvida, a mágica aconteceu nos gramados do Chile, com a liderança de um camisa 11 que já desperta o interesse dos gigantes Barcelona e Real Madrid. Vinícius Júnior foi eleito o melhor jogador do torneio, além de levar a chuteira de ouro pelos sete gols marcados. Abusando da liberdade pelas pontas, foi o mais eficiente de um trio ofensivo poderoso e comprometido com o esquema de Carlos Amadeu. Aos 16 anos de idade, o garoto prodígio de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, retorna ao seu clube, o Flamengo, com pompa de estrela.
Ao lado de Vinícius, o também flamenguista Lincoln atuou pela faixa central, mas longe da função de centroavante. O esquema brasileiro exigia um falso nove, incorporado pelo atacante de forma brilhante e com a modernidade necessária do atual futebol, esbanjando força e muita velocidade. O atleta terminou a competição como vice-artilheiro, com cinco gols anotados.
A grande responsabilidade da camisa 10 caiu nas costas do pequeno Alan Souza, jogador do Palmeiras. Ele tirou de letra: ditou o ritmo do meio-campo, construiu jogadas e usou a velocidade para ganhar destaque e confiança da comissão técnica. Não é nenhum exagero colocar o jogador como um dos responsáveis pela boa campanha, pela consciência tática apresentada através de consistentes atuações.
Mas de nada adiantaria um poder de fogo tão impressionante sem uma defesa sólida. Os homens do sistema defensivo tomaram três gols em nove jogos. Além do goleiro Gabriel Brazão, do Cruzeiro, Wesley (Flamengo), Vitão (Palmeiras), Lucas Halter (Atlético-PR) e Weverson (São Paulo), souberam se portar e seguir uma estratégia de liberdade pelas alas e pressão na zona da bola, dando ainda mais velocidade nas transições de posse.
Por mais que o título não seja tão expressivo, o desempenho dentro de campo compensou. Quem assistiu à seleção sub-17 no torneio continental depositou confiança no futuro do futebol no Brasil. E não é nenhum absurdo pensar em um desses garotos figurando na divisão principal da amarelinha em futuros mundiais.
Folha PE
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