Publicada em 17/05/2017 às 16h51.
Ministro diz ser contra terceirização de professores e a favor da aposentadoria especial
Aposentadoria especial de professores está em debate dentro da reforma do ensino médio.

Ministro Mendonça Filho discursa durante audiência na Câmara dos Deputados nesta quarta (17)

(Foto: Reprodução/TV Senado)

 

O ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM), afirmou nesta quarta-feira (17), em audiência na Câmara dos Deputados, que é contra a terceirização de professores e é a favor de regime especial de aposentadoria para docentes. Na mesma audiência, ele disse que o novo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) deve ser anunciado pelo governo nas próximas semanas.

 


 

O projeto que aprova a terceirização irrestrita foi aprovado pela Câmara dos Deputados em março e sancionado pelo presidente Michel Temer. Ele permite a contratação de serviço terceirizado em qualquer tipo de atividade de uma empresa.


"Sobre a terceirização de professores, eu pessoalmente sou contra, professor é uma atividade que exige um nível de vinculação à escola, à universidade, à entidade. Não é o método adequado (a contratação) via serviço terceirizado", afirmou o ministro.


"Lógico que a gente vive em federação. Lutarei em favor, no sentido de os professores serem contratados em regime que leve em consideração o valor da profissão. Não é uma profissão que possa ser considerada acessória na escola, é a peça-chave. Um professor qualificado, incentivado e bem remunerado é decisivo para que a gente possa ter bons resultados na educação. Sou contra qualquer tipo de terceirização por qualquer ente da federação", disse o ministro.


 

Aposentadoria

 

No caso da aposentadoria, a reforma da Previdência ainda está em tramitação no Congresso. Na primeira versão do texto, estava previsto que os professores deveriam seguir a regra geral: idade mínima de 65 anos e contribuição por pelo menos 25 anos.


Na mais recente versão da reforma em tramitação, professores da rede de ensino federal terão de ter idade mínima de 60 anos para obter a aposentadoria e 25 anos de contribuição.


Entretanto, para ter direito ao salário integral, serão necessários 40 anos de contribuição.


Atualmente, quem leciona nos ensinos infantil, fundamental e médio pode pedir o benefício do INSS com 25 anos de contribuição e 50 de idade, para mulheres; e com 30 de contribuição ou 55 de idade, para homens.


Sem detalhar qual seria a fórmula ideal de idade mínima e tempo de contribuição, Mendonça disse apoiar regime especial para a categoria. "Sou favorável a aposentadoria especial dos professores, tendo em vista a relevância da atividade", disse o ministro da Educação.


 

Novo Fies

 

Na audiência pública, o ministro adiantou que o programa de financiamento se tornará mais “sustentável” e “ampliará o atendimento aos mais pobres”. O prazo anterior para a divulgação das medidas era fim de março.


Neste primeiro semestre de 2017, o Ministério da Educação (MEC) ofereceu 150 mil vagas do Fies, com um novo valor máximo de mensalidades a serem financiadas: R$ 5 mil, que representam uma redução de 34,7% em relação ao teto anterior, de R$ 7 mil. Esse foi o primeiro passo na reestruturação do programa, segundo o que o ministro afirmou em fevereiro.


O Fies oferece contratos de financiamento de cursos de graduação em universidades e faculdades particulares. Os candidatos são selecionados com base em suas notas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e e em seus perfis socioeconômicos. Atualmente, o Fies financia cerca de 1,5 milhão de estudantes no Brasil, com cerca de 49,8% de inadimplência.


 

Ciência sem Fronteiras

 

Na terça-feira (16), Mendonça Filho participou de outra audiência no Senado, com o objetivo de fazer um balanço de seu primeiro ano à frente do MEC. Na apresentação, afirmou que a decisão de paralisar o Ciência sem Fronteiras foi da gestão anterior – mas que ele optou por não retomar o programa.


“Ele (Ciência sem Fronteiras) promove a inversão de prioridades, é o atendimento do rico em detrimento dos pobres. O orçamento do programa de R$ 3,7 milhões é praticamente o mesmo da merenda escolar, que atende 40 milhões de estudantes”, disse o ministro. “É um programa que não atende o interesse dos mais pobres. Não vale direcionar recursos para um programa com baixo retorno.”


Em julho de 2016, o MEC informou que os alunos de graduação não seriam mais atendidos pelo Ciência sem Fronteiras. Em abril de 2017, foi divulgado que o programa oferecerá 5 mil bolsas nesse ano para pós-graduandos – o único público a ser contemplado.


O Ciência sem Fronteiras começou em 2011 e já enviou mais de 100 mil alunos de graduação e pós-graduação para universidades do exterior.

 

 

G1

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