Publicada em 19/05/2017 às 07h43.
'És filho de Caruaru': o Central Sport Club além das quatro linhas
Clube caruaruense de 97 anos recebeu o nome em homenagem à Estrada Central de Ferro de Pernambuco. 'É um clube para se compreender à cidade'.

(Foto: Vital Florêncio/GloboEsporte.com)

 

“Nasceste em Caruaru, sobre um belo céu de anil, pensando em Pernambuco, enaltecendo o Brasil. Tuas cores alvinegras, falam junto aos corações, num desejo que tu sejas campeão dos campeões...”. O trecho do hino do Central, composto por José Florêncio Neto, o professor Machadinho, mostra a intimidade do clube de 97 anos com o município de Caruaru, no Agreste.


O Central Sport Club foi fundado no dia 15 de junho de 1919 e recebeu este nome em homenagem à Estrada de Ferro Central de Pernambuco, denominação que os ingleses da Great Western deram à ferrovia que cortava o município em direção ao Sertão do Estado. De acordo com o site oficial do clube, as cores preto e branco, segundo o professor Machadinho, ex-jogador do time, foram escolhidas em referência a ave que se transformou em mascote mdo clube, a Patativa.


"O Central, por sua trajetória, constitui um patrimônio caruaruense, não apenas por sua longevidade, mas também por sua presença cotidiana na formação social. Somos sabedores de todos os benefícios que as agremiações futebolísticas trazem à paisagem urbana de uma comunidade e se analisarmos a nossa história sob diversos aspectos. Encontraremos de forma recorrente a presença do clube, não apenas como referência no desporto, mas também como espaço aglutinador, lugar de referência para grandes encontros de toda ordem, sejam de cunho social, de lazer, religioso, artístico, musical ou beneficente, além de estar presente de forma marcante na paisagem urbana, com seu grandioso estádio, marco da ocupação daquela área na primeira metade do século XX", aponta o historiador Walmiré Dimeron.


'Gingado tão malandro, tão matuto' 
Criador do que é considerado o segundo hino do Central - o mais conhecido pela torcida -, o cantor e compositor Israel Filho afirma que criou a canção como forma de gratidão ao clube alvinegro.


“Há muito tempo eu queria homenagear o Central. Desde menino eu frequentava o campo. Um dia eu estava viajando e comecei a cantar. Fui mentalizando e escrevendo a letra para mostrar meu carinho e meu amor pelo Central. É uma eterna paixão, onde eu vou, divulgo. É um caso de amor”, conta Israel.


Para o historiador Daniel Silva, o Central conseguiu traduzir no futebol a paixão que nenhum time da cidade conseguiu. “O Central é um clube para se compreender a cidade. A sua presença repercute no imaginário. Pessoas de todas as idades são centralinas antes de torcer para outros clubes. Falar da Patativa é falar da cultura de Caruaru. A marca é muito forte e importante, conhecida em todo o país", destacou.


Pioneirismo alvinegro

Em 1937, o Central se tornou o primeiro clube a registrar um jogador profissional em Pernambuco, o zagueiro Luís Zago, que havia atuado por clubes como Vasco e Atlético Mineiro. Ele ganhava aproximadamente 600 mil réis por mês. Foi o primeiro atleta a ser legalizado na Federação Pernambucana de Futebol (FPF).


As glórias do Lacerdão
O estádio Lacerdão, antigo Pedro Victor de Albuquerque, passou a se chamar Luiz José de Lacerda, devido à sua ampliação, na década de 80, na gestão do presidente Luiz José de Lacerda. O jogo de reinauguração foi realizado no dia 19 de outubro de 1980. Na ocasião, o Central venceu a Seleção Nigeriana de Futebol por 3x1. Gil Mineiro foi o autor do primeiro gol após a reforma.


Em 1986, a Patativa experimentava uma das maiores glórias desde então: a conquista do campeonato brasileiro da Série B e a participação destacada na elite do futebol nacional jogando contra Flamengo, Grêmio e Fluminense. Em 22 de outubro do mesmo ano, ocorreu o maior recorde de público da história do interior de Pernambuco. Mais de 24 mil torcedores assistiram à vitória do Central por 2 a 1 contra o Flamengo do Rio de Janeiro.


Além desta conquista, em 2001 o clube venceu a Copa Pernambuco e em 2002, a Copa Governador Jarbas Vasconcelos. Vice-campeão estadual em 2007, o Central se classificou para a Copa do Brasil de 2008. Eliminou o Remo-PA na primeira fase e enfrentou o Palmeiras na segunda, mas acabou eliminado no Lacerdão. Em 2009, também pela Copa do Brasil, eliminou o Ceará na fase inicial, e enfrentou o Vasco da Gama, também na segunda fase. O confronto reeditou o jogo que tinha ocorrido há mais de 74 anos.


Em 2011, tornou-se o primeiro clube do interior a vencer um turno do Campeonato Pernambucano, e em 2015 repetiu o feito ao conquistar a Taça Governador Eduardo Campos.

 

G1

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