A PM informou que os três homens foram levados para a Delegacia de Palmares, na mesma região. A corporação informa ter reforçado o efetivo nas localidades prejudicadas pelas precipitações dos últimos dias.

O coordenador da Defesa Civil de Barreiros, Amaro Galdino, conhecido como Mário do Resgate, informou, nesta terça-feira (30), por telefone, que o arrombamento no mercado público ocorreu no pior momento da enchente, na segunda-feira de manhã cedo. “Eles entraram em quatro boxes para pegar comida”, afirmou.

O mercado fica em uma das principais ruas da cidade, na frente da Secretaria de Educação. Segundo o coordenador da Defesa Civil, o prejuízo poderia ter sido maior. “A PM cehgou logo e impediu mais roubos. Agora, está tudo resolvido”, observou.

Segundo Amaro Galdino, mais policiais estão circulando pela cidade, depois das enchentes. “Normalmente, são duas viaturas ou três. Agora, temos pelo menos sete carros de polícia, com três homens em cada um”, comentou.

Aos poucos, a cidade luta para retomar a normalidade. Há dois bairros sem água e dois sem energia elétrica.

Segundo a PM, o 10º Batalhão reforçou a segurança nas áreas atingidas. Homens do Batalhão Especializado de Policiamento do Interior (BEPI), Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) e da Companhia Independente de Policiamento do Meio Ambiente (Cipoma) também estão atuando nas ações ostensivas.

Nesta terça-feira (30), a água dos rios das regiões baixou e ruas foram tomadas por lama e entulhos. A situação mais complicada foi registrada em Barreiros e Rio Formoso, na Zona da Mata Sul. Ao todo, Pernambuco tem 15 cidades em estado de calamidade pública.

As chuvas também ocasionaram duas mortes em Lagoa dos Gatos. Em Caruaru, uma pessoa continua desaparecida. Na cidade, no Agreste, uma criança morreu ao cair em um açude e outra foi encontrada morta. De acordo com o governo, há 16 sistemas de abastamento de água paralisados, atingindo 2,2 milhões de pernambucanos.

De acordo com a Coordenadoria de Defesa Civil de Pernambuco (Codecipe), são 44.801 moradores ao todo sem habitação: 42.145 desalojados, que deixaram as residências, e 2.656 desabrigados, que perderam as casas. Até a segunda de manhã, o número de pessoas afetadas pelas enchentes era de cerca de 30 mil. A chuva também danificou 10 unidades de saúde básica e um hospital em na Zona da Mata.

Na noite de segunda-feira (29), o secretário de Planejamento e Gestão de Pernambuco, Márcio Stefanni, reconheceu que faltaram verbas para finalizar as obras de quatro barragens que ajudariam a conter as enchentes em rios do estado, prometidas desde 2010. De acordo com ele, a paralisação dos repasses pelo governo federal prejudicou o andamento das construções.

Veja as cidades em situação de calamidade pública:

- Rio Formoso

- Ribeirão

- Água Preta

- Palmares

- Catende

- Maraial

- Belém de Maria

- Barreiros

- Amaraji

- Barra de Guabiraba

- São Benedito do Sul

- Cortês

- Jaqueira

- Gameleira

- Caruaru

No Nordeste, as chuvas ocorrem por causa de um fluxo de vento que vem do oceano carregado de ar úmido, formando nuvens carregadas na costa e na Zona da Mata. De acordo com o meteorologista Celso Oliveira, da Somar Meteorologia, trata-se de um sistema chamado onda de leste, comum nesta região no outono e inverno.

As enchentes provocadas pelas fortes chuvas que castigaram cidades do interior de Pernambuco atingiram 10 unidades de saúde e um hospital que atendem moradores das áreas afetadas, no domingo (28).

Em Rio Formoso, um dos municípios mais afetados pelas chuvas, o hospital municipal, onde também funciona a maternidade, foi inundado e pacientes tiveram que ser transferidos às pressas para outras cidades. No município, há quatro unidades de saúde, sendo que duas foram afetadas pela inundação e estão sem condições de operar ou de acesso. Na comunidade de Santa Edwiges, os equipamentos e móveis da unidade de saúde local ficaram destruídos.

Em Amaraji, na mesma área, há oito unidades de saúde, que recebem mais de 22 mil habitantes da cidade. Duas delas foram afetadas pela enchente, que destruiu os móveis.

O município é cortado pelo rio homônimo e, em maio, a média histórica era de 184 milímetros de chuva. Apenas no fim de semana, choveu cerca de 280 milímetros.

Em Ribeirão, a situação foi ainda mais grave. Das 12 unidades de saúde, duas sofreram danos estruturais e outras duas perderam os móveis e equipamentos. Segundo o prefeito, Marcelo Maranhão, há mais de três mil pessoas sem condições de voltar para casa.

“Seis escolas municipais estão servindo de abrigo. Estão obstruídas 27 estradas que permitem o acesso ao município”, disse.

G1