Publicada em 06/06/2017 às 16h47.
China pode assumir combate ao aquecimento global, diz Collor
Senador declarou que país asiático vem trabalhando para cumprir todos os acordos climáticos firmados.

Senador declarou que país asiático vem trabalhando para cumprir todos os acordos climáticos

FOTO: AGÊNCIA SENADO

 

Com a saída dos Estados Unidos da América (EUA) do Acordo de Paris, o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado (CRE), Fernando Collor (PTC/AL) acredita que a China pode liderar a luta mundial pelo Meio Ambiente. Collor, que esteve à frente da ECO-92 como presidente do Brasil, destacou que a China vem trabalhando para cumprir todas as metas climáticas firmadas ao longo dos últimos anos. Na noite desta segunda-feira (5), representantes do meio acadêmico e diplomático discutiram na CRE o papel do país asiático na conjuntura mundial e concluíram que o avanço chinês na economia e na política internacionais é inevitável.

 

Para o presidente da comissão, a saída dos EUA e as implicações que e a postura que presidente Donald Trump adotou são um "prenuncio que beira à catástrofe para todo o planeta"". Contudo, o senador apontou que essa postura abre o caminho para que a China assuma o protagonismo levantando a bandeira ambiental, preenchendo o espaço vazio deixado pelos EUA. Collor lamentou também que, mesmo com avanço da tecnologia e o farto acesso à informação, existam grupos que coloquem em xeque o aquecimento global e as suas consequências para toda a humanidade. 


"Nós estamos às vésperas de uma hecatombe, caso esse cenário que estamos vivendo não seja levado a sério pelas lideranças mundiais. A decisão equivocada do presidente americano é algo incompreensível diante de todas as informações que se têm acesso hoje. O que podemos esperar é que China, com toda essa proeminência que assistimos, passe a ter uma postura de destaque no processo de combate ao aquecimento global", expressou Collor durante o debate na comissão do Senado. 


 

Senador declarou que país asiático vem trabalhando para cumprir todos os acordos climáticos

FOTO: AGÊNCIA SENADO

Na análise do o ex-embaixador do Brasil na China, Luiz Augusto Castro Neves, os chineses foram os primeiros a perceber o processo de globalização e desde a abertura econômica promovida pelo antigo líder Deng Xiaoping, o objetivo estratégico foi promover a sua correta inserção no sistema internacional.


 

"Eles buscavam a competitividade no mercado internacional. Esse modelo permitiu que o Produto Interno Bruto chinês crescesse 25 vezes em pouco mais de três décadas", ressaltou. A China já é o maior parceiro comercial da maioria dos países do mundo. O produto interno bruto (PIB) chinês já alcançou os US$ 13 trilhões. Em 2015, suas exportações chegaram a US$ 2,3 trilhões e permitiram ao país obter um saldo comercial de US$ 600 bilhões.


Os maiores clientes são os Estados Unidos, para onde se dirigiram 18% das exportações chinesas, Hong Kong (14,6%) e Japão (6%). No mesmo ano a China comprou do mundo US$ 1,7 trilhão - e o Brasil está entre seus dez maiores fornecedores.


Brasil e China

Para o professor Oliver Stuenkel, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a economia doméstica brasileira é afetada diretamente pela economia chinesa. Segundo ele, o Brasil cresceu com o Brics (Grupo de cooperação formado com Rússia, Índia, China e África do Sul) em razão da demanda chinesa por produtos brasileiros na primeira década do século 21. 


E a crise atual pode ser explicada em parte pela transformação da indústria chinesa com redução dessa demanda.


Stuenkel ainda destacou obras como a ferrovia Transoceânica para ligar o Brasil ao  Pacífico, em plano de cooperação com a China, assinado em 2015. Bem apontou investimentos chineses também na Venezuela e no Uruguai. 


"Não existe ainda uma estratégia regional em como lidar com a influência crescente da China. Existe uma competição, em alguns casos, entre países da América do Sul para atrair investimento chinês e seria muito vantajoso institucionalizar uma discussão entre as capitais da região", opinou.


Protagonismo

De acordo com os analistas, o peso do protagonismo chinês também já começa a ser sentido na América Latina. E ainda avança com a criação de uma plataforma de integração entre Ásia e Europa, na chamada Nova Rota da Seda. Dessa forma, a China assumiria o papel de líder mundial e regional na política e na economia. 


Principalmente com a postura "neoisolacionista" e protecionista adotada pelo governo americano, que se retira de uma série de importantes  acordos  internacionais  de livre comércio, entre eles a Parceria Transpacífico, criando oportunidades para a China.


Na visão de Henrique Altemani de Oliveira, da Universidade Estadual da Paraíba, os Estados Unidos têm uma relação de dependência em relação à China, por isso apenas tentariam evitar ser superados, mas sem afetar a economia e a política internacionais. 


 

 

Já a China, segundo o professor, dependeria da ordem liderada pelos Estados Unidos para a estabilidade mundial, evitando conflitos, mas participando cada vez mais das regras internacionais para seguir crescendo.

 

 

Gazeta Web

Os comentários abaixo não representam a opinião do Portal Nova Mais. A responsabilidade é do autor da mensagem.
TODOS OS COMENTÁRIOS (0)



Login pelo facebook
Postar
 
Curiosidades
Policia
Pernambuco
Fofoca
Política
Esportes
Brasil e Mundo
Tecnologia
 
Nova + © 2025
Desenvolvido por RODRIGOTI