Publicada em 15/05/2018 às 09h30.
Bebê palestino morre intoxicado por gás lacrimogêneo em Gaza
O bebê foi identificado como Leila al-Ghandour, de oito meses, e se soma aos 58 palestinos mortos, incluindo oito menores de idade.

Mãe segura corpo da filha, a bebê Leila al-Ghandour, que morreu em Gaza

Foto: Thomaz Coex/AFP

 

Um bebê palestino morreu intoxicado após inalar gás lacrimogêneo lançado por Israel para reprimir manifestantes palestinos na fronteira com a Faixa de Gaza, informou nesta terça-feira (15) o ministério da Saúde do enclave. O bebê foi identificado como Leila al-Ghandour, de oito meses, e se soma aos 58 palestinos mortos, incluindo oito menores de idade, durante a segunda-feira (14) nos confrontos com as tropas israelenses.


Pelo menos 2.400 palestinos ficaram feridos, por tiros israelenses ou por inalar gás, de acordo com o ministério.Os moradores de Gaza pretendem protestar novamente diante da cerca de segurança que separa o território de Israel. Khalil al-Hayya, um dos líderes do Hamas, movimento islamita que governa a Faixa de Gaza, afirmou que as manifestações devem prosseguir.


O Hamas, que enfrentou Israel em três guerras desde 2008, apoia a mobilização e afirma que esta é uma iniciativa civil, um movimento pacífico. Os milhares de combatentes do grupo não utilizaram suas armas até o momento, mas Al-Hayya deu a entender que isto pode mudar.

 

O exército israelense acusa o Hamas de utilizar este movimento para misturar combatentes armados entre a multidão ou para colocar artefatos explosivos na fronteira.


As autoridades israelenses mobilizaram milhares de soldados ao redor da Faixa de Gaza e na Cisjordânia pelo receio de novos distúrbios. "Qualquer atividade terrorista terá uma resposta", advertiu o governo.


Israel teme que os palestinos derrubem a cerca de segurança e entrem em seu território. O governo alertou que utilizará "todos os meios" para proteger a barreira, seus soldados e os civis. Ao mesmo tempo, o governo afirma que seus soldados só utilizam balas letais como último recurso.


Também estão previstas manifestações na Cisjordânia, a dezenas de quilômetros da Faixa de Gaza. Os dois territórios estão separados pelo território israelense. Israel recebeu críticas pelo uso excessivo de força na segunda-feira.


Nesta terça-feira, a China pediu moderação, "especialmente a Israel (...) para evitar uma escalada de tensão". As autoridades palestinas denunciaram um "massacre". Turquia e África do Sul decidiram convocar para consultas seus embaixadores em Israel.


A Anistia Internacional chegou a mencionar "crimes de guerra". Ancara acusou Israel de "terrorismo de Estado" e de "genocídio", atribuindo parte da responsabilidade ao governo dos Estados Unidos. A França "condenou a violência das Forças Armadas israelenses contra os manifestantes" palestinos.


Mas o governo dos Estados Unidos, aliado histórico de Israel e cujo presidente Donald Trump multiplicou os gestos favoráveis ao Estado hebreu, bloqueou na segunda-feira a aprovação de um comunicado do Conselho de Segurança que expressava "indignação e tristeza com as mortes de civis palestinos que exercem seu direito de manifestação pacífica".

 

 

Folha PE

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