O Inter tem uma política clara no departamento de futebol: valorizar as categorias de base. Os garotos, que ganharam espaço com Diego Aguirre no ano passado, seguem em alta e chegaram ao protagonismo com Argel. Porém, neste processo, há outro fator que serve como trunfo. O clube libera promessas para outros times em busca de experiência para, quando retornarem, garantirem lugar no grupo principal. Se possível, como titulares.
Aylon é o exemplo mais claro nesta jornada. Trazido do São Paulo-RS para o então sub-23 (atual Inter B) em meados de 2013, foi promovido para o grupo principal no ano seguinte. No entanto, não caiu nas graças de Abel Braga. Sem espaço em razão das opções (o Inter contava com Eduardo Sasha, Vitinho, Nilmar, Lisandro López e Rafael Moura), acabou emprestado ao Paysandu em 2015.
No clube paraense, disputou 47 partidas, tendo anotado oito gols. Destes, quatro pela Série B do Brasileirão. A experiência, mesclada com a falta opções para o setor fez a direção e Argel apostarem no garoto de 23 anos.
Participou do grupo que disputou o Torneio da Flórida, mas não entrou em campo. No Gauchão, aproveitou a brecha em razão da lesão muscular na coxa direita de Vitinho e virou uma das armas ofensivas da equipe. Já soma quatro gols em seis jogos. O desempenho fez a direçãodiminuir a busca por um atacante. O vice de futebol Carlos Pellegrini vibra com o momento do garoto:
– O Aylon não jogaria (no ano passado). Foi ao Paysandu e pegou experiência. Acabou mostrando que tem condições. Agora que estamos vendo se vamos poder contar com o Aylon ou se necessitaremos de outros jogadores.
Situação semelhante viveu Jackson. Trazido do Criciúma para o time alternativo colorado em 2012, logo também ascendeu ao grupo principal. Lá permaneceu até 2013, oscilando entre a titularidade e a reserva. No Brasileirão daquele ano, fez um gol contra no Gre-Nal disputado em Caxias (empate em 2 a 2), que o marcou de forma negativa.
A infelicidade, culminada com outros nomes para a função como Juan, Índio, Alan Costa e a contratação de Paulão, fizeram o Inter emprestá-lo ao Goiás em 2014. No ano passado, defendeu o Palmeiras. No clube paulista, participou do título da Copa do Brasil. A equipe de Marcelo Oliveira tentou mantê-lo, mas não obteve sucesso. Houve sondagens do futebol francês, mas as negociações também não prosperaram. Jackson retornou ao Beira-Rio. O período longe de Porto Alegre é celebrado pelo defensor de 25 anos:
– Ganhei maturidade, experiência. Isso é o principal. Peguei uma rodagem para ficar mais tranquilo dentro de campo e auxiliar o time.
Após a lesão muscular na panturrilha direita de Ernando, Jackson viu Réver virar o parceiro de Paulão. Seguiu seu trabalho até que Argel o colocou como titular na vitória por 2 a 1 sobre o Passo Fundo. Só saiu no empate em 1 a 1 com o Aimoré, quando o técnico resolveu preservar parte do grupo. Na derrota por 2 a 1 para o Veranópolis, marcou outro gol contra, o do empate, mas o desempenho não o fez perder a posição.
NOMES RELEMBRADOS
Além de Aylon e Jackson, outras peças que rodaram fora de Porto Alegre voltaram ao Beira-Rio. Raphinha, lateral-esquerdo de origem, retornou após empréstimo ao Luverdense, do Mato Grosso. O jogador de 22 anos, que acumula 11 partidas pelo Colorado, tem treinado como meia.
Além de Raphinha, quem está no grupo de Argel é Cassiano. Atacante utilizado por Fernandão em 2012, caiu no ostracismo com Dunga. Peregrinou por Criciúma, Santa Cruz e Fortaleza e Gwanju, da Coreia do Sul.
O jogador de 26 anos seria emprestado ao Goiás, mas Argel pediu para mantê-lo no grupo e passar por um período de avaliação. Caso seja aprovado, entrará na lista do grupo que disputa o Gauchão e virará mais uma peça em busca da glória na segunda chance de Inter. Com vínculo até 2017, quem sabe não vira um novo Aylon?
FONTE:GLOBOESPORTE.