Foi um clássico. Mas nem parecia. Principalmente ao olhar para as arquibancadas da Arena Pernambuco. Apenas 7.041 pessoas compareceram neste domingo (6) ao estádio, se constituindo no pior público em clássicos de 2016 e um dos menores dos últimos anos. De acordo com os próprios torcedores, uma série de fatores contribuiu para o pífio número de pagantes: preços dos ingressos, quantidade de clássicos, violência e desconfiança nos times.

No último clássico entre Sport e Náutico, no dia 28 de fevereiro, na Ilha do Retiro, pela quinta rodada do Hexagonal do Título do Campeonato Pernambucano, foram 14.504 pagantes. O dobro do registrado ontem. Na rodada anterior, no dia 21 de fevereiro, o público para o clássico entre Sport e Santa Cruz, também no reduto leonino, foi de 14.609. Antes disso, na primeira rodada do hexagonal, no dia primeiro de fevereiro, o jogo entre Náutico e Santa Cruz, na Arena Pernambuco,contou com 9.296 pagantes. O último clássico com público menor que o de ontem foi no dia 22 de março do ano passado, também entre Náutico e Sport, na Arena Pernambuco, com 6.063 pessoas.

Desde o início da tarde de ontem, o baixo público já se desenhava. A equipe de reportagem do JC passou pelas principais vias de acesso ao estádio e constatou pouco movimento. Seja nos pontos do ônibus expresso, estações de metrô e na rodovia, a impressão por vezes era de que nem era dia de jogo. Ainda mais um clássico. “Eu venho pra jogos há muitos anos e é visível como o público vem diminuindo. E este ano, com a quantidade de clássicos a cada semana, ainda mais. O jogo deixa de ser especial e passa a ser mais um”, disse o estudante alvirrubro Daniel Cavalcanti. 

Ao entrar na Arena Pernambuco, o que era impressão se confirmou. Um vazio enorme. A bola começou a rolar com grandes “buracos” nas arquibancadas. Tantos rubro-negros como alvirrubros não mostraram tanto interesse assim no jogo. O chamado Clássico dos Clássicos não emocionou como antes. 

Na opinião de alguns torcedores, isso é reflexo também da crise que o Brasil está passando e do alto valor dos ingressos. “Do jeito que as coisas estão o torcedor pensa duas, três vezes antes de ir a campo. O ingresso está caro, aí ainda tem gasto com transporte, alimentação, bebida. Com uma despesa tão grande, cada vez mais as pessoas estão preferindo assistir ao jogo em casa, além de ser mais seguro”, afirmou o autônomo rubro-negro Rodrigo Manoel de Lima.

SEM BRIGAS 

A equipe de reportagem do JC monitorou o deslocamento dos torcedores antes e depois do clássico e não registrou nenhum tipo de incidente entre torcidas organizadas. Com o pequeno público, a polícia conseguiu acompanhar melhor os grupos no trajeto até o estádio e na volta para casa. 

JC ONLINE