Publicada em 18/08/2019 às 09h51.
Caso de jovem escalpelada é 'dramático', diz microcirurgião
Cirurgião plástico que atua nos Estados Unidos fala sobre os próximos passos do tratamento.

Foto: Reprodução do Folhape.

 

O caso da auxiliar de ensino infantil Débora Stefanny, 19, é “dramático”, segundo o cirurgião plástico especialista em microcirurgia Marco Maricevich. A jovem foi escalpelada em um acidente de kart no estacionamento do Walmart localizado em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, no último domingo (11). O médico, que atua no centro hospitalar de referência Baylor College of Medicine, de Houston, nos Estados Unidos, se colocou à disposição para tratar da paciente e recomendou tratamento para a jovem em Ribeirão Preto, em São Paulo. Em entrevista exclusiva por telefone à Folha de Pernambuco, ele avalia a recuperação de Débora e indica os próximos passos do tratamento.


“É um caso dramático. Ela [Débora] precisa de um time especializado e é importante que seja transferida para um centro de referência”, pondera Maricevich. Desde o acidente com o kart, Débora passou por duas cirurgias feitas pelo cirurgião Jonathan Vidal no Hospital da Restauração (HR), no Recife, onde permanece internada. Segundo boletim médico divulgado nessa sexta-feira (16) pelo hospital, o estado de saúde da jovem é estável. Um novo balanço deverá ser emitido na próxima terça-feira (20).


A área da pele reimplantada apresentou microtrombos na quinta-feira (15). Esses pequenos coágulos sanguíneos devem levar à perda do implante feito em Débora com pedaços de pele de outras regiões do corpo. “Esse é um caso dificílimo. Os vasos estão traumatizados, assim como o tecido. Essa situação faz com que a probabilidade de trombos e coágulos seja maior e a chance de perder o reimplante é altíssima”, explica o microcirurgião. 


O médico recomendou à família que Débora seja transferida para o Hospital Especializado de Ribeirão Preto, em São Paulo, pois transtornos de uma possível viagem aos Estados Unidos, como voo, logística, visto e língua diferente poderiam ser ruins para a paciente.“A equipe de Ribeirão Preto faz microcirurgia reparadora todo dia. Existem microcirurgiões de muita experiência e muita qualidade lá, liderados pelo dr. Daniel Lazo”, detalha Maricevich.


O Hospital Especializado é um centro de referência para casos similares aos de Débora, os de microcirurgias reparadoras. Segundo Maricevich, os equipamentos do hospital paulista são tão bons quanto os dos Estados Unidos, assim como a equipe. “Estou à disposição para recebê-la em Houston ou ir para Ribeirão Preto. Para a paciente, acho que talvez fosse melhor para ela ficar no Brasil do que vir para os Estados Unidos”, acrescenta.


O microcirurgião ressalta o trabalho realizado pela equipe do dr. Jonathan Vidal. “Quero enfatizar o trabalho fantástico que foi feito com essa paciente. Ele [dr. Jonathan] foi muito corajoso de operar esse caso. Infelizmente não deu certo, porque é de alta complexidade e muito difícil. Ele tentou uma vez, tentou outra vez, fez tudo que tinha que ser feito”, elogia o médico.


Sobre a recuperação de Débora, Maricevich ressalta que ainda não é possível cravar um tempo exato que poderá levar, e que a jovem deve seguir sendo acompanhada por especialistas por alguns anos. “Depois ela não vai precisar ficar internada. Vai ser acompanhada por anos com cirurgias e retoques”, indica o microcirurgião. Ainda segundo o médico, Débora não corre risco de morrer, mas o osso do crânio exposto tem que ser coberto com tecido com urgência para evitar necrose e infecção.


O noivo de Débora, o microempresário Eduardo Tumajan, 28, disse que enviou nessa sexta-feira (16) toda a documentação médica para o Walmart e espera um retorno do grupo para saber qual ajuda poderá ser dada em caso de transferência para outra unidade de saúde. A assessoria de Comunicação do Walmart informou que aguarda a avaliação dos laudos médicos para emitir um posicionamento oficial sobre as questões de gastos com a viagem e com a cirurgia. Por enquanto, não falaram se realmente vão ajudar com as despesas.


A pista onde Débora sofreu o acidente funcionava sem alvará no estacionamento do Walmart localizado em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife,e  era administrada pela empresa Adrenalina Kart. O local foi interditado na segunda-feira (12), um dia após o acidente em fiscalização feita pelo Procon-PE e Corpo de Bombeiros. A família registrou o caso em Boletim de Ocorrência e a Polícia Civil de Pernambuco abriu inquérito para investigar o acidente. O representante da Adrenalina Kart, o empresário Vanderlei Dreyer, pai do proprietário Fábio Dreyer, classificou o caso foi uma "fatalidade".


FONTE: FOLHAPE.

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