Publicada em 23/09/2019 às 10h06.
Especialistas alertam para risco de pandemias globais
Relatório aponta risco de pandemias globais de doenças graves como Ebola, influenza e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) será apresentado na ONU nesta terça.

Imagem: Reprodu??o/Unseen Enemy


Estudo que aponta para o risco de pandemias globais de doen?as graves como Ebola, influenza e a S?ndrome Respirat?ria Aguda Grave (SARS) ser? apresentado na Assembleia Geral da Organiza??o das Na??es Unidas (ONU), nesta ter?a-feira (22).


O relat?rio A World At Risk (Um mundo em risco) ? o primeiro documento anual elaborado pelo ?rg?o independente Global Preparedness Monitoring Board - GPMB (Conselho de Monitoramento da Prepara??o Global). O ?rg?o foi lan?ado em maio de 2018, pelo Banco Mundial e pela Organiza??o Mundial da Sa?de (OMS), e ? formado por 15 membros, entre l?deres pol?ticos, chefes de ag?ncias e especialistas de v?rios pa?ses.


Segundo o relat?rio, quest?es como conflitos prolongados, estados fr?geis e migra??es for?adas favorecem a r?pida circula??o de v?rus letais em todo o mundo, bem como as mudan?as clim?ticas, a crescente urbaniza??o e a falta de ?gua tratada e de saneamento b?sico.


De acordo com a co-presidente do GPMB, Gro Harlem Brundtland, os l?deres mundiais t?m respondido ?s emerg?ncias em sa?de com ciclos de p?nico e neglig?ncia.


A??es urgentes


?Est? mais do que na hora de trabalhar em a??es urgentes e continuadas. Isso deve incluir aumento do financiamento em n?veis locais, nacionais e internacionais para evitar a propaga??o de surtos. Tamb?m exige que os l?deres tomem medidas proativas para fortalecer os mecanismos de coordena??o e de prepara??o entre os governos e a sociedade para responder rapidamente a uma emerg?ncia?.


Segundo o documento, se o mundo enfrentasse um surto como a pandemia de Influenza de 1918, o v?rus poderia se espalhar globalmente em 36 horas e o n?mero de v?timas fatais poderia chegar a 80 milh?es de pessoas. Conhecida como Gripe Espanhola, estima-se que a pandemia de 1918 infectou 500 milh?es de pessoas, um ter?o da popula??o mundial na ?poca, com 50 milh?es de mortes, o equivalente a cerca de 3% da popula??o.


O relat?rio alerta que uma pandemia nessas propor??es na atualidade pode destruir 5% da economia global, al?m de colapsar muitos sistemas nacionais de sa?de, atingindo as comunidades mais pobres. De acordo com o levantamento, entre 2011 e 2018 a OMS acompanhou 1.483 eventos epid?micos em 172 pa?ses, de doen?as como Ebola, Zika, SARS e febre amarela. No Brasil, foram detectadas no per?odo epidemias de febre amarela, mal?ria e Zika.


O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que os surtos mais graves de doen?as como Ebola, c?lera e sarampo geralmente ocorrem nos locais que possuem os sistemas de sa?de mais fracos.


?Como l?deres de na??es, comunidades e ag?ncias internacionais, devemos assumir a responsabilidade pela prepara??o de emerg?ncias e prestar aten??o ?s li??es que esses surtos est?o nos ensinando. Temos que tomar medidas preventivas antes que eles aconte?am?.


O texto destaca que algumas provid?ncias foram tomadas ap?s o surto de Ebola de 2014 na ?frica Ocidental, que infectou 28,6 mil pessoas e fez 11,3 mil v?timas fatais, principalmente em Serra Leoa, Guin? e Lib?ria. Segundo o relat?rio, o custo econ?mico e social da epidemia na regi?o foi de 53 bilh?es de d?lares.


A OMS decretou o fim do surto em janeiro de 2016, por?m, um novo foi detectado em agosto de 2018 na Rep?blica Democr?tica do Congo e j? registrou 2,6 mil casos, com 1,8 mil mortes, segundo dados da OMS.


O relat?rio A World At Risk diz que, em julho de 2019, 59 pa?ses desenvolveram um Plano de A??o Nacional para Seguran?a da Sa?de, mas, at? o momento, nenhum deles foi totalmente financiado.


Brasil


No Brasil, ap?s a pandemia de influenza de 2009, o governo lan?ou, em 2010, a Estrat?gia Nacional de Vacina??o Contra o V?rus da Influenza Pand?mica (H1N1). Na ?poca, chamada de gripe su?na, a pandemia de 2009 matou 18,5 mil pessoas no mundo todo. Por?m, um estudo publicado pela revista m?dica The Lancet Infectious Diseases aponta que o n?mero de mortes pode estar entre 151,7 mil e 575,4 mil entre os anos de 2009 e 2010.


O Brasil registrou 50.482 casos em 2009, com 2.060 mortes por influenza A/H1N1, segundo dados do Minist?rio da Sa?de. Ap?s o in?cio da vacina??o, em 2010 foram 973 casos da doen?a e 113 mortes. Em 2011, os n?meros ca?ram para 181 casos e 21 mortes.


O diretor da Divis?o de Ensaios Cl?nicos e Farmacovigil?ncia do Instituto Butantan, Alexander Precioso, destaca a import?ncia da estrat?gia brasileira de imuniza??o para controlar os surtos de doen?as infectocontagiosas transmitidas por v?rus.


?O Instituto Butantan foi identificado como um produtor de vacinas de influenza estrat?gico e recebe apoio t?cnico e financeiro para produzir lotes de vacinas de determinadas cepas de v?rus influenza que teriam o potencial de causar pandemia. Ocorreu no passado com o v?rus Influenza H5N1, depois com o H1N1 e finalizamos este ano o estudo cl?nico de outro v?rus influenza potencialmente pand?mico que ? o H7N9?.


Segundo Precioso, o v?rus H7N9 ainda n?o se disseminou de forma alarmante entre seres humanos, tendo ocorrido predominantemente entre animais. Por?m, o monitoramento internacional da OMS identificou o H7N9 como tendo potencial para desenvolver um comportamento de r?pida dissemina??o levando a uma potencial pandemia.


O diretor reitera que a vacina??o ? uma a??o emergencial para ajudar a conter surtos, mas deve ser coordenada com outras medidas importantes para evitar uma epidemia.


?N?o ? s? ter a capacidade de produzir vacinas, mas ? ter todo um contexto de pol?ticas de sa?de que v?o abordar as diversas ?reas que possam contribuir para o controle de uma determinada pandemia. Exemplos: disponibilidade de ter a vacina, acesso aos servi?os que podem imunizar, condi??es mais gerais que a popula??o se encontra. ? muito mais f?cil voc? controlar uma pandemia em uma sociedade onde quest?es de saneamento e nutri??o s?o adequados do que em regi?es prec?rias?.


Atualmente, o Brasil tem enfrentado o aumento de casos de sarampo e de dengue, informou.


Recomenda??es


O relat?rio A World At Risk traz sete recomenda??es urgentes para os l?deres mundiais se prepararem para enfrentar emerg?ncias em sa?de. A primeira ? se ?comprometer com a preven??o, implementando integralmente o Regulamento Sanit?rio Internacional e aumentando o investimento em preven??o como parte integrante da seguran?a nacional e internacional?.


A segunda ? o compromisso pol?tico de pa?ses e de organiza??es intergovernamentais regionais para cumprir o financiamento para preven??o e monitorar o progresso nas reuni?es anuais. O relat?rio indica que todos os pa?ses construam ?sistemas resistentes de preven??o?, com coordenadores de alto n?vel e prioridade para o envolvimento da comunidade.


Os pa?ses, doadores e institui??es multilaterais ?devem se preparar para o pior cen?rio de uma pandemia de v?rus respirat?rio em r?pida evolu??o?, promovendo pesquisas e o desenvolvimento de novas vacinas e medicamentos, com compartilhamento r?pido de informa??es. As organiza??es internacionais de financiamento devem integrar o tema a seus planejamentos e sistemas de incentivos, assim como os financiadores de assist?ncia ao desenvolvimento de pa?ses mais pobres e vulner?veis.


O relat?rio recomenda que a ONU fortale?a a preven??o e a coordena??o da resposta a epidemias internacionalmente.


FONTE: JC ONLINE

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