Publicada em 13/08/2020 às 13h44.
UFRPE lidera estudo para identificação da Covid-19 por cães
Os animais seriam valorosos em ambientes com grande circulação de pessoas, distinguindo casos ativos da doença.


Cão Sinatra está sendo treinado para identificar casos da Covid-19 - Foto: Divulgação


Que os amáveis melhores amigos do homem possuem um faro poderoso não é novidade, mas imagina identificar o novo coronavírus? Um estudo liderado pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) em parceria com a Escola Nacional Veterinária de Alfort, na França, busca viabilizar a utilização de cães no reconhecimento de pessoas infectadas pela Covid-19. O objetivo é detectar precocemente casos ativos para proteger ambientes com grande circulação de pessoas. A iniciativa integra o Projeto Internacional Nosaïs e já está em fase avançada de testes com animais na instituição Amarante do Brasil, em São Paulo. 


Cães treinados conseguem identificar pólvora, entorpecentes, malária, diabetes, além dos cânceres de mama, pulmão e até próstata. Para cada detecção, há um treinamento e forma de reconhecimento do que deve ser farejado pelo animal. Com a Covid-19, o estudo prevê que os animais consigam detectar a doença graças aos biomarcadores presentes na reação do novo coronavírus com a sudorese humana. 


A partir de amostras de pacientes com resultados positivos ou negativos, os cães recebem o treinamento para a identificação da Covid-19. A pesquisa acontece em parceria com a Secretaria de Saúde de Paudalho, que disponibilizou membros de sua equipe para realizar coletas nos usuários do sistema de saúde que apresentam síndrome respiratória. É realizado um colhimento de suor através de chumaço de algodão em cada axila da pessoa que se disponibiliza a participar do estudo. Uma amostra desse material fica na UFRPE para identificação de biomarcadores (moléculas que estão presentes na reação do vírus com a sudorese humana) nos laboratórios. O outro segue para São Paulo, onde ocorrerá treinamento dos cães que fazem parte do estudo. 


Iniciada em abril deste ano, a pesquisa já está em finalização da fase inicial. De acordo com o coordenador do projeto em Pernambuco, professor Anísio Francisco Soares, os animais que estão sendo treinados já conseguem identificar qual amostra é positiva ou negativa para a Covid-19. "A fase dois é trazer esses cães para o nosso município parceiro. Nos centros de testagem, o cão vai passar a sentir e a cheirar os possíveis infectados, fazer exatamente o que é feito no aeroporto quando detectam entorpecentes e pólvora, por exemplo", explicou o biólogo. 


O professor explicou que cães farejadores são treinados especificamente para uma tarefa. Não é o mesmo cachorro que fareja pólvora, drogas ou identifica câncer. Cada animal é treinado para uma "especialidade". Felizmente, ao iniciar a pesquisa, o Centro de Treinamento dos Cães de Detecção da Amarante tinha dois animais adultos aptos para iniciar o treinamento de identificação. Estes animais serão trazidos de São Paulo para dar início à próxima fase da pesquisa em Paudalho. Caso seja confirmada a hipótese de que os animais conseguem reconhecer o vírus em pessoas, até o final do ano os cães treinados poderão ser usados para detectar casos da Covid-19. A princípio, a ação deve ser realizada nos estados de Pernambuco, São Paulo e Rio de Janeiro, podendo avançar para outros estados brasileiros. 


Com a flexibilização do isolamento social, necessidade de convivência com o vírus e risco de uma nova onda de Covid-19, a identificação de casos com rapidez é crucial para evitar uma maior disseminação da doença. “Se você analisar um cão farejador, em média, em uma fila para entrar em algum lugar, em uma hora ele consegue fazer o trabalho em 500 pessoas. Imagina a capacidade que teria o uso do animal em uma fila para identificar a Covid-19?”, falou o coordenador da pesquisa. “A importância é que em filas nos aeroportos, teatros, jogos de futebol, o cão vai passando e identificando casos. A pessoa que o cão identificar vai ser convidada a entrar em isolamento”, informou o professor Anísio Soares. Pessoas identificadas pelos animais ainda seriam testadas laboratorialmente para a doença.



FONTE: FOLHAPE.COM.BR

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