Estados Unidos e Rússia concordaram com estender a trégua na Síria para incluir a cidade de Aleppo, palco de violentos combates - informou o Departamento de Estado americano. "Desde que isso entrou em vigor a 00h01 de Damasco, vimos uma diminuição da violência nessas áreas", afirmou o porta-voz Mark Toner, acrescentando, porém, que ainda há informações sobre combates "em algumas partes".
Desde o início da semana, Washington e Moscou negociavam a renovação do acordo de cessar-fogo das hostilidades na Síria em vigor desde 27 de fevereiro, mas que foi quebrado no final de abril em Aleppo, a grande cidade do norte do país.
A guerra na Síria continuava na quarta (4), porém, com duros combates em Aleppo e com bombardeios do governo contra zonas rebeldes perto de Damasco, apesar das negociações entre russos e americanos. Desde a retomada das hostilidades, em 22 de abril, na segunda maior cidade do país, 284 pessoas, incluindo 57 crianças e 38 mulheres, morreram na violência, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Os confrontos diretos foram retomados na terça-feira (3), quando a coalizão de grupos rebeldes "Fatah Halab" ("A conquista de Aleppo") lançou uma ofensiva nos bairros controlados pelo governo de Bashar al-Assad. Os confrontos continuaram madrugada adentro na periferia dessa localidade, segundo um correspondente da AFP no local.
São "os combates mais violento sem Aleppo em mais de um ano", indicou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman. Na quarta (4) pela manhã, reinava uma calma relativa, mas três civis morreram quando um foguete caiu sobre um bairro controlado pelas forças pró-governo, de acordo com a agência oficial de notícias Sana.
Na frente diplomática, o chefe da diplomacia alemã, Frank-Walter Steinmeier, reuniu-se em Berlim com o enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, assim como com o coordenador da oposição síria, Riad Hijab. "A alternativa (a um sucesso nas negociações para uma trégua) seria catastrófica, já que poderíamos ver a fuga de 400.000 para a fronteira (sírio) turca", advertiu.
Folha PE