O arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, quer estimular em Pernambuco a implantação de unidades prisionais com a metodologia da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac). “É um modelo mais aberto, o cumprimento das penas é feito de forma mais humana”, disse o religioso. Ele vai debater o assunto nesta sexta-feira (06) em reunião das 14h às 16h, na Cúria Metropolitana.
Foram convidados para o encontro secretarias e instituições ligadas à segurança pública no Estado. A cúria funciona no Palácio dos Manguinhos, localizado nas Graças, bairro da Zona Norte do Recife. Representantes da Pastoral Carcerária da Arquidiocese de Olinda e Recife visitaram presídios que funcionam com o modelo da Apac em Minas Gerais e deverão relatar a experiência na reunião.
“Estive no presídio de Igarassu (Grande Recife) e fiquei chocado com a superlotação. Vi 700 homens num só pavilhão, na ociosidade. São condições desumanas, aquilo é uma escola de marginalidade e isso não pode continuar acontecendo”, declarou o arcebispo.
A Pastoral Carcerária, disse ele, já havia sugerido uma unidade prisional da Apac à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Estado. “Vamos continuar insistindo”, afirmou dom Fernando. A proposta é levar esse modelo diferenciado, baseado na ordem, disciplina, respeito, trabalho e envolvimento das famílias dos presos, para Vitória de Santo Antão, município da Zona da Mata Norte.
Entidade civil sem fins lucrativos, a Apac tem como finalidade a recuperação e reintegração social de presos. A associação surgiu em 1972 na cidade de São José dos Campos (SP).
JC