Publicada em 10/05/2016 às 15h07.
Moradores de Olinda usam barcos para transitar por áreas alagadas
A água está demorando a escoar e muita gente ainda estava ilhada no fim da manhã desta terça-feira. Para transitar, só de barco.

Olinda foi uma das cidades da Região Metropolitana a registrar um dos maiores índices de chuva nos últimos dias. A prefeitura notificou uma precipitação de 192 milímetros, das 7h de segunda-feira às 7 desta terça-feira. Como se não bastasse o temporal, os moradores de alguns bairros enfrentam um problema ainda maior. A água está demorando a escoar e muita gente ainda estava ilhada no fim da manhã desta terça-feira. Para transitar, só de barco.


O maior vilão de quem mora na região de Jardim Fragoso, por exemplo, é a obra de um canal. O projeto, orçado em R$ 300 milhões, vem saindo do papel a passos lentos. No local da obra há máquinas paradas. Resultado: sair de casa só enfrentando a água suja.


Imagens aéreas mostram a dimensão do drama de quem vive nas áreas pero do Canal do Fragoso. Ninguém consegue perceber onde começa a rua e onde termina a calha do curso-d’água. Do alto, vira tudo uma mancha, um mar de lama.


Imagens aéreas mostram o transbordamento do Canal do Fragoso, em Olinda (Foto: Reprodução / TV Globo)
Imagens aéreas mostram o transbordamento do Canal do Fragoso, em Olinda (Foto: Reprodução / TV Globo)

O morador Erinaldo  Araújo chegou a chorar ao falar da situação no bairro. Ele disse que a água nunca demorou tanto a ir embora. “Infelizmente, a gente mora aqui”, sublinhou.

Problema também para os moradores de Casa Caiada. A Rua Caetano Ribeiro virou um rio.  Quem teve condições, se refugiou no primeiro andar das casas. Até cobras apareceram no meio da água. O dono de uma oficina mecânica desabafou: “É só prejuízo. E desespero”, afirma Eduardo Santos.


Para sair de casa nesta terça-feira (10), moradores tiveram que usar barcos (Foto: Reprodução / TV Globo)
Para sair de casa nesta terça-feira (10), moradores tiveram que usar barcos (Foto: Reprodução / TV Globo)

Explicações


O secretário de serviços Públicos de Olinda, Manoel Sátiro, afirmou que o município buscou ajuda do governo do estado, responsável pela obra do canal, para amenizar o sofrimento dos moradores da área de Fragoso.


Ele garantiu que medidas paliativas estão sendo tomadas para permitir o escoamento emergencial da água acumulada. Como o canal só fica pronto em 2017, será necessário fazer ações urgentes.


“Estamos com técnicos e engenheiros na área para  melhorar a situação das pessoas”, declarou. A Secretaria de Habitação de Pernambuco, que comanda o projeto de reforma e ampliação do canal, informou, por nota, que seus engenheiros e técnicos estão atuando na área para amenizar o sofrimento das famílias.


A situação de  algumas áreas de Olinda, na manhã desta terça, era tão complicada quanto no Recife, onde o número de famílias desalojadas na capital chega a 100. A capital pernambucana registrou em 36 horas, entre a noite de domingo (8) e esta terça-feira (10), 201 milímetros de chuva. Isso equivale ao índice de precipitações previsto para 21 dias de maio, de acordo com a média histórica, que é de 328 milímetros.


Números


Por causa do temporal, a Defesa Civil de Olinda registrou três desabamentos de muro e nove desmoronamentos parciais de imóveis. Dois caíram totalmente. Foram 15 deslizamentos de barreiras. Moradores fizeram 44 solicitações de proteção por lonas.


Água do temporal de segunda-feira (9) não escoou, em bairros como Jardim Fragoso e Casa Caiada, em Olinda (Foto: Reprodução / TV Globo)
Água do temporal de segunda-feira (9) não escoou, em bairros como Jardim Fragoso e Casa Caiada, em Olinda (Foto: Reprodução / TV Globo)
G1
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